Empresário português encontrado morto depois de rapto nas imediações de Maputo
Resgate chegou a ser pago, confirma secretário de Estado. Caso não terá ligações com outros, registados na jurisdição da Beira.
Um empresário português foi encontrado morto neste domingo, nas imediações de Maputo, depois de ter sido raptado e pago o resgate exigido, informou o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro.
Em declarações à agência Lusa, o governante indicou tratar-se de um empresário, com "cerca de 50 anos" que estava em Moçambique "há oito anos" e disponibilizava "apoio aos sectores da construção civil".
"Depois de ter sido objecto de um rapto, e depois de ter sido pago o resgate desse rapto, apareceu morto hoje ao final da tarde", acrescentou José Luís Carneiro, que sublinhou tratar-se de "um caso grave, de morte, nas imediações de Maputo".
"Não vemos ligações com outros casos que têm vindo a ocorrer no Norte do país, na jurisdição da Beira. Este caso, vamos aguardar pelas investigações, mas é o resultado de um rapto e da exigência de um pagamento para libertar o cidadão. O pagamento foi realizado, mas ainda assim sucumbiu às mãos dos criminosos", disse à Lusa.
Ainda sem pormenores do caso, o governante referiu que passaram "poucas horas entre o pedido do pagamento do resgate e o assassinato deste cidadão".
O Governo já manifestou a sua "preocupação, por ser uma "situação muitíssimo grave".
O secretário de Estado das Comunidades notou os factos que têm vindo a ocorrer em Moçambique que "não contribuem para a confiança dos investidores no país, porque os portugueses são essenciais para o desenvolvimento económico do país, criam milhares de postos de trabalho".
O Governo português manifestou "toda a disponibilidade", assim como da embaixada portuguesa em Maputo, para acompanhar a família nas "diligências judiciárias que estão em curso, depois de apresentadas queixas junto das autoridades moçambicanas", que estão a investigar o caso. Também foi garantido apoio dos serviços para disponibilizar os documentos necessários para o trabalho do Ministério Público e concretizar, se necessário, a "trasladação do corpo, porque essa parece ser a vontade da família".