PGR está a analisar caso de José Silvano
Nesta quarta-feira, o deputado e secretário-geral do PSD assinou a folha de presença da comissão eventual para a Transparência, mas não assistiu à reunião parlamentar.
A Procuradoria-Geral da República anunciou esta quarta-feira que está a analisar o caso do deputado e secretário-geral do PSD José Silvano, envolvido na polémica sobre falsas presenças em plenários do parlamento, para decidir "se há algum procedimento a desencadear". "A Procuradoria-Geral da República encontra-se a analisar os elementos que têm vindo a público com vista a decidir se há algum procedimento a desencadear no âmbito das competências do Ministério Público", refere em resposta enviada à agência Lusa.
No sábado, o semanário Expresso tinha noticiou que José Silvano não faltou, oficialmente, a qualquer das 13 reuniões plenárias realizadas em Outubro, apesar de em pelo menos um dos dias ter estado ausente. Uma informação que era falsa, conforme o próprio admitiu àquela jornal, dado que na tarde de 18 de Outubro esteve no distrito de Vila Real ao lado de Rui Rio, líder do partido, cumprindo um programa de reuniões que teve início às 15h30.
Apesar disso, alguém registou a presença do secretário-geral social-democrata logo no início da sessão plenária, quando passavam poucos minutos das 15h.
Nesta quarta-feira, José Silvano assinou a folha de presença da comissão eventual para a Transparência, mas não assistiu à respectiva reunião.
O parlamentar chegou à hora do início da reunião, 14h, assinou a lista de presenças e deixou a sala onde decorreu a reunião, que se prolongou até cerca das 16h. Não chegou a sentar-se e não regressou à sala.
Questionado pelas 16h30, pela Lusa e pela Sábado, nos corredores da Assembleia da República, sobre os motivos da sua ausência da reunião, Silvano disse apenas que esteve a fazer trabalho político, sem querer especificar qual.
Instado a explicar como pode ter sido usada a sua palavra-passe para registar presenças em plenário em dias em que esteve ausente, José Silvano considerou "não ter mais nada a explicar" e disse estar "de consciência tranquila".
Na terça-feira, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, informou que pediu explicações aos serviços do parlamento sobre alegadas discrepâncias nos registos de presenças do deputado José Silvano, que concluem que outra pessoa terá utilizado a sua palavra-passe.
No mesmo dia, o próprio deputado e secretário-geral do PSD rejeitou que se tenha aproveitado de dinheiros públicos, sem explicar como existe uma falsa presença sua em plenário registada no parlamento, nem como a sua palavra-passe foi usada por terceiros.
Nesta quarta-feira, o líder do PSD, Rui Rio, reiterou que a sua posição sobre o secretário-geral do partido permanece inalterada, dois dias depois de assegurar que mantém a confiança política em José Silvano, admitindo tratar-se de um caso que "não é agradável" e qualificando-o como "pequenas questiúnculas".