O maior desfile militar em democracia sai hoje à rua

Mais de 4.500 militares e polícias desfilam na Av. da Liberdade, em Lisboa, para assinalar os 100 anos do Dia do Armistício e celebrar a paz.

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Imagem do 10 de Junho (arquivo) Rui Gaudencio/Publico

Assinalar os 100 anos do Dia do Armistício, que colocou fim à I Guerra Mundial, em que morreram mais de sete mil portugueses, traz este domingo às ruas de Lisboa o maior desfile militar realizado em Democracia.

Mais de 4.500 homens e mulheres de todos os ramos das Forças Armadas, da GNR e da PSP, vão desfilar na Avenida da Liberdade numa cerimónia que pretende “homenagear a paz e honrar a memória de todos os que lutaram e morreram pela Pátria”. A celebração estende-se ao rio Tejo, onde mais 200 militares estarão numa fragata e num navio patrulha oceânico fundeados frente ao Terreiro do Paço.

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Para se ter a dimensão do desfile deste domingo, basta compará-lo ao do 10 de Junho deste ano, em que a parada militar de Ponta Delgada, nos Açores, contou com participação de 1300 homens e mulheres das Forças Armadas.

“Quando passam 100 anos sobre o fim da Guerra, pretendemos prestar homenagem aos mais de 100.000 portugueses que participaram neste conflito, em especial honrando a memória dos mais de 7.500 que tombaram pela Pátria, um verdadeiro sacrifício para a Nação”, disse ao PÚBLICO o Chefe do Estado- Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), Almirante António Silva Ribeiro.

Na Avenida da Liberdade, numa cerimónia que terá início às 11h e que obrigará a enormes constrangimentos de trânsito na baixa da cidade, vão estar 3.437 militares das Forças Armadas, 390 militares da GNR, 390 polícias da PSP, 160 antigos combatentes, 80 militares de forças estrangeiras (Alemanha, Estados Unidos da América, França e Reino Unido) e 180 alunos do Colégio Militar e dos Pupilos do Exército. A estes juntam-se mais 200 homens de apoio logístico, além de mais umas centenas de reforços em várias unidades que, logo a partir de sábado, albergaram os muitos militares que que se deslocaram a Lisboa vindos de vários pontos do país.

A cerimónia conta ainda com 111 viaturas e motos das forças de segurança, 86 cavalos, 78 viaturas das Forças Armadas, 11 aeronaves, além dos dois navios fundeados no Tejo.

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Para o CEMGFA, “a preservação da memória também deve ser encarada como um acto de cidadania, que traz conhecimento e ensinamentos às gerações mais novas, contribuindo para o forte sentimento de orgulho nacional que ajuda a encarar o futuro com esperança”. “A participação portuguesa na Grande Guerra foi sem margem para dúvidas um hino ao patriotismo, à vontade de uma Nação e de um povo que, como sempre aconteceu ao longo da nossa história, nunca voltou as costas à adversidade”, acrescentou.

António Silva Ribeiro diz ainda que a cerimónia pretende também “ser um momento simbólico de aproximação dos portugueses às Forças Armadas, mas também à GNR e à PSP, que ao longo dos anos têm contribuído para inúmeras missões de paz pelo mundo fora”. “Umas Forças Armadas mais conhecidas serão também mais prestigiadas e mais acarinhadas pelos portugueses”, salientou.

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A iniciativa é organizada pela Liga dos Combatentes e pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) e é presidida pelo Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, que discursará no início da cerimónia.

Já no dia 10 e 11, Marcelo Rebelo de Sousa desloca-se a Paris, a convite do Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, para participar nas Comemorações do Centenário do Armistício da Primeira Guerra Mundial.

Portugal participou na I Grande Guerra ao lado dos aliados, enviando para a frente ocidental o Corpo Expedicionário Português, em 1917.

Os soldados portugueses estiveram também presentes na frente de Angola, em 1914-1915, em Moçambique, entre 1914 e 1918, e em França, em 1917 e 1918.

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