"Não há nenhuma margem para alterações" no orçamento italiano, diz Conte
Orçamento de Itália é a dor de cabeça da cimeira. A proposta de Orçamento de Estado submetida pelo executivo liderado pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte, dificilmente passará no crivo de Bruxelas.
Como na cimeira de Junho, com o tema das migrações, a Itália ameaça outra vez desestabilizar os trabalhos do Conselho Europeu, desta feita por causa das matérias orçamentais. A proposta de Orçamento de Estado submetida pelo executivo liderado pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte, dificilmente passará no crivo de Bruxelas: a Comissão Europeia já criticou o exercício de Roma, que prevê uma subida do défice público para 2,4% do PIB.
“Estou aqui com um orçamento bem articulado para inverter a tendência e orientação da economia italiana nos últimos anos. O nosso objectivo é o crescimento, esse é o interesse do país”, declarou Giuseppe Conte, que se mostrou despreocupado com o impacto do aumento da despesa sobre a dívida italiana de 131% do PIB. “O orçamento foi bem estudado, as contas estão muito bem articuladas e não há nenhuma margem para alterações”, sublinhou Conte, abrindo a porta a um braço de ferro com os seus homólogos e com as instituições europeias.
Num breve comentário à entrada para o Conselho, a chanceler alemã, Angela Merkel, aconselhou o primeiro-ministro italiano a promover e fomentar a “confiança mútua” para que as negociações orçamentais possam ser bem sucedidas. Merkel não se alongou em comentários, mas a sua frase surgiu já depois do líder do Movimento 5 Estrelas e número dois do Governo de Roma, Luigi Di Maio, ter mandado o comissário europeu com a pasta do Orçamento, Günther Oettinger, “morder a língua” antes de criticar as contas do seu país. “Oettinger e os outros comissários deviam começar a comportar-se como pessoas sérias e morder a língua antes de fazer declarações”, escreveu Di Maio nas redes sociais.