Demitiu-se o comandante dos bombeiros que se ausentou durante a tempestade Leslie
Responsável por bombeiros municipais e protecção civil da Figueira da Foz admitiu ausência por motivos familiares e de descanso.
O comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, Nuno Osório, pediu a demissão depois de ter admitido que se ausentou durante um período de três horas na noite em que a tempestade Leslie causou feridos e deixou estragos na zona Centro do país. O responsável deixa também o cargo de coordenador operacional municipal da Protecção Civil, informa a Câmara Municipal da Figueira da Foz em comunicado de imprensa.
Nuno Osório pede assim a demissão para “não desgastar a autarquia e o município da Figueira da Foz, num momento em que a união de esforços é essencial para recuperar dos danos provocados pela intempérie, e a necessidade de poder livremente exercer o direito à defesa da honra”.
Na segunda-feira, a agência Lusa dava conta das acusações de Lídio Lopes, presidente dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz e o homem que antecedeu Nuno Osório no comando da protecção civil municipal. Lídio Lopes acusava Osório de "abandonar a coordenação das operações de socorro em plena crise" da tempestade Leslie, na madrugada de domingo, "com a população a requisitar a maior ajuda" dos agentes de Protecção Civil e "sem comunicar esse abandono, sequer, a quem o iria substituir no comando operacional dos bombeiros".
Nuno Osório, admitia que, às 5h da manhã de domingo entendeu “ir descansar”, de forma a estar de regresso às 8h30. O trabalho ao longo do dia "exigia que estivesse minimamente em condições para dar resposta", justificava, acrescentando que tinha passado o comando dos Bombeiros Municipais ao segundo comandante da corporação, Jorge Piedade, e a parte da coordenação da Protecção Civil municipal "aos técnicos superiores" daquela entidade.
Nuno Osório é citado no comunicado da autarquia, afirmando que “nunca esteve em causa o comando e o controlo da operação”, explicando que se ausentou “por um período de três horas” por “motivos familiares e de premência de um mínimo de descanso para manutenção das condições físicas e psicológicas necessárias indispensáveis à tomada de decisões nas horas seguintes”. Refere também que a sua ausência foi “devidamente preparada e acautelada”.
A autarquia informa ainda que as funções de comandando passarão a ser asseguradas pelo segundo comandante, Jorge Piedade, e pelo adjunto de comando, Carlos Pinto. Só na Figueira da Foz, a câmara municipal estima que a intempérie tenha causado mais de 32 milhões de euros em prejuízos.