Venezuela: Imprensa fala de "impasse" nas relações entre Lisboa e Caracas
Detenção de portugueses e relações bilaterais é notícia na Venezuela.
A imprensa venezuelana destaca esta terça-feira as exigências de Lisboa sobre a detenção de 34 gerentes de duas redes de supermercados portugueses na Venezuela, chegando mesmo a apontar que há um "impasse" nas relações entre os dois países.
A maioria dos jornais impressos e digitais, inclusive alguns canais de televisão e rádios, fazem referência à reunião de segunda-feira entre o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, com o seu homólogo venezuelano, Jorge Arreaza, em Nova Iorque, à margem da reunião da ONU.
Portugal nas notícias
"Impasse nas relações bilaterais entre Portugal e a Venezuela (...) a detenção de empresários portugueses terá consequências nas relações entre os dois países", afirma a Agência Carabobeña de Notícias.
Por outro lado, o diário El Nacional destaca a "advertência de Portugal ao Governo de [Nicolás] Maduro por empresários detidos".
"Santos Silva pediu acesso imediato aos detidos portugueses, para as autoridades consulares e estimou que a lei de controlo de preços, adoptado pelo mandatário venezuelano, é impossível de cumprir", explica.
O El Periodiquito afirma que "Portugal tomará acções se não libertam gerentes".
Segundo o diário La Prensa de Lara, "a detenção de gerentes põe em risco relação com Portugal" e adverte que "a rixa diplomática poderia deteriorar as relações entre a administração esquerdista de Portugal e o Governo socialista da Venezuela, que sobre uma severa crise económica e onde residem uns 400 mil imigrantes e cidadãos portugueses".
O Primícia informa que foram detidos 34 gerentes de empresas portuguesas na Venezuela e que Portugal lançou uma advertência sobre as possíveis "consequências se o Governo de Nicolás Maduro não libertar os empresários portugueses, acusados de não cumprir com o controlo de preços".
A linha vermelha
De acordo com o Noticiário Digital, há "uma linha vermelha" com consequências pela detenção de empresários portugueses.
Por outro lado, o Venezuela Ao Dia diz que "a nação europeia exigiu a Portugal a libertação imediata" dos gerentes detidos.
O canal privado de notícias Globovisión afirma que Santos Silva e Jorge Arreaza tiveram uma reunião "muito dia".
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, referiu esta segunda-feira que teve uma conversa "dura" com o homólogo venezuelano acerca dos portugueses e lusodescendentes presos na Venezuela e indicou uma "linha vermelha" que poderá desencadear consequências diplomáticas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza, acedeu ao pedido português de "acesso imediato aos portugueses detidos por parte das autoridades consulares e embaixada portuguesa", para "lhes ser garantida a devida protecção consular", segundo o ministro português, que falou à imprensa na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.
"Eu disse ao meu colega que para nós havia uma linha vermelha e que, evidentemente, não haver progressos na superação deste problema teria consequências nas relações bilaterais", afirmou Augusto Santos Silva.