Pedidos de habitação social atingem pico de oito anos em Lisboa
Número de candidaturas tem vindo a crescer continuamente desde 2013. No Porto há mais de mil pedidos por satisfazer.
Os pedidos de habitação social em Lisboa atingiram no ano passado o número mais elevado dos últimos oito anos. Houve 6312 pessoas a candidatarem-se a ter uma casa num dos 70 bairros municipais. Este volume de pedidos ultrapassa em quase mil o recorde de candidaturas anteriores, 5414, que se verificara em 2010, ano em que, pela primeira vez, a câmara teve um regulamento para a atribuição de casas.
Neste momento, e segundo dados da autarquia, vivem nos bairros municipais “cerca de 75 mil pessoas”, o que corresponde a “mais de 15% da população da cidade”. Depois do pico de 2010, o número de candidaturas teve um decréscimo nos anos seguintes, mas desde 2013 tem estado sempre a crescer. Segundo Leonor Duarte, do movimento Morar em Lisboa, “a classe média, até mesmo a média alta, anda desesperadamente à procura de casa e as pessoas já não se importam de ir para territórios onde antes até se recusavam a entrar”.
No Porto há 13 mil fogos de habitação social, onde residem 30 mil pessoas, o que faz da câmara o senhorio de “cerca de 12% do património habitacional da cidade”. Actualmente, a lista de pedidos de habitação social "ultrapassa os 1000”, informa a autarquia. Em média, são entregues 300 fogos por ano.
Além da habitação social, destinada sobretudo à população com menor rendimento, a câmara tem ainda um subsídio municipal ao arrendamento. Nos últimos cinco anos foi atribuído mais de um milhão de euros em subsídios a 700 famílias. Para o segmento da classe média existe o programa de renda convencionada, já com 18 edições realizadas e 300 fogos entregues. Cada edição deste programa recebe milhares de candidaturas, um número muitas vezes maior do que o número de casas disponíveis.