Ex-secretário-geral reafirma valores do PSD contra populismos
José Matos Rosa sublinha "sentido de responsabilidade de sociais-democratas. Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais, também reagiu à notícia de que Rio está a processar candidatos autárquicos que fizeram gastos sem autorização da direcção nacional.
"O sentido de responsabilidade permitiu a muitos ganhar contra populismos e demagogias que apenas cumprem interesses pessoais ou promiscuidades que sempre o PSD combateu", sublinhou José Matos Rosa, depois de escrever que o partido "sempre teve como um dos seus valores maiores a reafirmação dos valores democráticos bem como a afirmação partidária que contribua para a acentuada maturidade política e social".
Matos Rosa defendeu os militantes do PSD garantindo que enquanto teve responsabilidades no partido, como secretário-geral, sempre se pautou por respeitar estes valores. "E por todo o país senti estes valores serem respeitados pelos militantes e estruturas locais", garantiu. "Foi essa proximidade que me permitiu reconhecer a enorme responsabilidade com que os militantes, as concelhias e as distritais do PSD sempre se empenharam nos actos eleitorais".
Sem assumir que a sua mensagem é uma resposta discreta à notícia do jornal i, José Matos Rosa ainda acrescentou que "este espírito social-democrata só é possível com um partido forte a nível nacional respeitador das leis e dos compromissos assumidos com os portugueses". O post teve a concordância ("gosto") de individualidades do PSD como Hugo Soares, Carlos Sá Carneiro, Hermínio Loureiro ou Mauro Xavier.
PSD diligente
Também Miguel Pinto Luz, o vice-presidente da Câmara de Cascais que chegou a ser dado como potencial candidato às eleições internas do PSD, criticou a opção da direcção nacional. "A gargalhada que António Costa deve ter dado ao ler esta capa", escreveu Pinto Luz na sua página da rede social Facebook.
A seguir, pediu um PSD tão rápido a fazer oposição ao PS, como a reagir a estes casos internos. "Tenho de o dizer: o que precisávamos era de um PSD tão diligente a combater António Costa e a 'geringonça', como a perseguir os seus próprios Presidentes de Câmara e dirigentes", acrescentou.
No dia em que Rui Rio regressa ao trabalho político depois de um mês de férias, o autarca de Cascais conclui: "Se isto é a rentrée de combate político ao Partido Socialista depois de tudo o que aconteceu no país nas últimas semanas, melhor era continuarmos todos de férias".
À TSF, a ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz (PSD) também se queixou do silêncio prolongado de Rio, dizendo que "o tempo perdido está perdido, não se pode recuperar nunca".
Voltando ao autarca de Cascais, o post termina com Miguel Pinto Luz a insistir numa ideia: "Já o disse e repito, aproximam-se momentos eleitorais muito importantes e é fundamental o PSD estar unido, mas o principal responsável pela mobilização e união do partido deve ser o seu Presidente".
Em Fevereiro, duas semanas depois das eleições internas e duas antes do Congresso, Miguel Pinto Luz escreveu uma longa carta a Rui Rio com sete perguntas e com as linhas vermelhas que o recém-eleito líder não podia ultrapassar: na descentralização, no orçamento, em questões europeias. Na altura, Marques Mendes falou dela, na SIC, para a definir como um "contributo para o enriquecimento do debate político no próximo congresso".