Subidas do preço das casas atingem 40% em freguesias de Lisboa e Porto

À excepção de Marvila, em Lisboa, o preço da habitação aumentou em todo o país no primeiro trimestre do ano — de acordo com o INE, a taxa de variação foi de 7,8% e o preço do metro quadrado de 950 euros

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Paulo Pimenta

As cidades de Lisboa e do Porto viram o preço de venda das suas casas disparar mais de 20% no primeiro trimestre deste ano. Foram as únicas do país a manifestar um crescimento tão acentuado, em termos homólogos com 2017, de acordo com as últimas estatísticas sobre o preço de habitação local divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Lisboa é destacadamente o município onde o valor mediano do preço da habitação é mais elevado — atingiu os 2581 euros por metro quadrado, depois de uma taxa de crescimento de 20,4%.

O município do Porto foi o que teve uma variação mais alta, com um aumento de 22,4%, para 1379 euros, e que, desta forma, o coloca com um valor superior à mediana nacional. A qual, depois de um crescimento médio de 7,8% em termos homólogos, se fixou nos 950 euros por metro quadrado.

As estatísticas sobre os preços locais de habitação que começaram a ser divulgados pelo INE não apuram a média do valor das transacções, mas sim as medianas, de forma a reduzir o efeito dos valores extremos e a eliminar possíveis efeitos sazonais no comportamento dos preços, tendo em conta as estatísticas construídas a partir dos dados fornecidos pela administração tributária.

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Das 308 cidades em Portugal cujo valor das transacções de habitação está a ser escrutinado pelo Instituto Nacional de Estatística, são apenas 40 as que revelam transacções acima da mediana nacional. Entre elas destacam-se as que ficam na Área Metropolitana de Lisboa, no Algarve e na Madeira. No boletim do Instituto Nacional de Estatística pode perceber-se quais são os municípios que atingiram um preço mediano acima dos 1500 euros o metro quadrado: Cascais (2004 euros), Loulé (1806 euros), Oeiras (1739 euros), Lagos (1738 euros), Albufeira (1613 euros) e Tavira (1531 euros).

Se em vez do valor apurado a atenção recair na taxa de crescimento, pode perceber-se que, para além do Porto e de Lisboa, com taxas acima dos 20%, as maiores subidas deram-se na Amadora (13%), em Vila Nova de Gaia (10,8%), no Funchal (9,3%), em Braga (8,1%) e em Coimbra (4,1%).

Outro dado que pode ser extraído das estatísticas divulgadas é o de que é na Área Metropolitana de Lisboa que se encontra uma maior amplitude de valores entre os seus municípios: começa nos 2581 euros por metro quadrado em Lisboa e termina nos 617 euros por metro quadrado na Moita.

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A informação do INE, que pode ser consultada num portal público criado para o efeito, permite uma análise mais detalhada, até à quadrícula de um quarteirão. Nos boletins trabalhados pelo INE, são divulgados os valores apurados nas cidades com mais de cem mil habitantes, casos em que cabem as cidades de Lisboa e Porto, com uma análise feita à escala da freguesia. Entre as 24 freguesias de Lisboa, Santo António manteve o preço mais elevado da habitação (4083 euros por metro quadrado) e a maior taxa de variação homóloga (+39,8%), disse o INE, indicando que a freguesia que verificou o menor preço mediano foi Marvila (1483 euros por metro quadrado), que foi também “a única freguesia com uma evolução negativa do preço da habitação face ao mesmo período do ano anterior”.

Já entre as sete freguesias do Porto destacou-se a União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, com um preço mediano de alojamentos vendidos (1636 euros por metro quadro) e uma taxa de variação homóloga (45,2%) superiores aos da própria cidade. A freguesia da Campanhã registou o menor preço mediano de alojamentos vendidos (801 euros por metro quadrado) e a menor variação homóloga (0,9%), entre as freguesias da cidade do Porto.

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