Ainda há explosivos desaparecidos. Marcelo insiste em "esclarecimento cabal"
Marcelo Rebelo de Sousa emite nota depois de ser noticiado que há material militar ainda desaparecido.
Marcelo Rebelo de Sousa exige um “esclarecimento cabal” sobre o desaparecimento de armamento militar em Tancos em 2017. Numa nota divulgada no site da Presidência da República, o Presidente da República declara ter “a certeza” de que “nenhuma questão envolvendo a conduta de entidades policiais encarregadas da investigação criminal, sob a direcção do Ministério Público, poderá prejudicar o conhecimento, pelos portugueses, dos resultados dessa investigação”, ou seja, “o apuramento dos factos e a eventual decorrente responsabilização”.
O comunicado da Presidência foi divulgado na sequência de uma notícia do Expresso, que dá conta de que, segundo o Ministério Público, ainda há material militar desaparecido, ao contrário do que garantiu o Exército. Na sexta-feira à noite, o Presidente e comandante supremo das Forças Armadas veio a público exigir esclarecimentos. "O Presidente da República reafirma, de modo ainda mais incisivo e preocupado, a exigência de esclarecimento cabal do ocorrido com armamento em Tancos", lê-se no texto.
De acordo com o Expresso, que cita uma exposição do Ministério Público referida em acórdãos do Tribunal da Relação de Lisboa há material militar – 30 cargas de explosivos, três granadas ofensivas, duas granadas de gás lacrimogéneo e um disparador de descompressão – que continua desaparecido. Segundo os procuradores, a situação representa um “perigo para a situação interna”, já que o material em causa tem o potencial de “vir a ser utilizado na execução de crimes relacionados com as formas de criminalidade violenta ou mesmo actos terroristas”.
A existência de material militar na posse de desconhecidos contraria as declarações do chefe do Estado Maior do Exército, o general Rovisco Duarte, após a recuperação do armamento a 18 de Outubro num terreno na Chamusca. Nessa altura, Rovisco Duarte assegurou que o material furtado se encontrava armazenado nas instalações de Santa Margarida, à excepção das munições de 9 milímetros.
A informação do desaparecimento do material militar em Tancos foi tornada pública pelo Exército a 29 de Junho de 2017.