Airbus ameaça sair do Reino Unido

Apesar de ter sede em França, o fabricante de aviões tem 14.000 funcionários no Reino Unido, onde trabalha com 4000 empresas.

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A Airbus tem cerca de 14 mil funcionários britânicos e fornece mais de quatro mil empresas Reuters/MICHAEL SPOONEYBARGER

A fabricante de aeronaves Airbus ameaçou reconsiderar os investimentos e a presença no Reino Unido se a ilha britânica sair da União Europeia em 2019 sem um consenso quanto aos acordos comerciais. Caso não haja consenso, o resultado será “catastrófico” para toda a indústria britânica, diz a empresa. “Este cenário obrigaria a Airbus a reconsiderar os investimentos e o longo percurso no Reino Unido, e enfraqueceria de forma severa os esforços britânicos de manter uma indústria aeroespacial competitiva e inovadora”, disse a empresa europeia num comunicado divulgado esta quinta-feira.

A empresa refere que a “saída do país do mercado único e do espaço alfandegário sem uma transição acordada implicaria fortes interrupções na produção britânica". Na semana passada, o Central Banco de Investimento (CBI) alertou que a indústria britânica enfrentava uma potencial extinção a não ser que permanecesse na união aduaneira da EU.

O director de operações da Airbus, Tom Williams, considera ser necessário adoptar medidas de mitigação porque "em qualquer cenário, o ‘Brexit’ tem sérias consequências negativas para a indústria aeroespacial britânica e para a Airbus em particular". Mas mesmo num cenário em que haja um acordo entre Reino Unido e União Europeia, continuariam a existir riscos para as operações da Airbus. A empresa ressalva que não pretende com este aviso criar um clima de medo, mas sim alertar para a “realidade”.

Ainda que esteja sediada em França, a Airbus tem cerca de 14 mil funcionários no Reino Unido, onde trabalha com mais de 4000 empresas. A fabricante estimou que o actual período de transição previsto, que termina em Dezembro de 2020, "é muito curto" para aplicar as mudanças necessárias na ampla cadeia de fornecimento.