Negada progressão na carreira a dois mil polícias, acusa sindicato
Sinapol diz que agentes de baixa médica estão entre os prejudicados.
O Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol) pediu explicações ao Ministério da Administração Interna e à Direcção Nacional da PSP por estar a ser negada a progressão na carreira a cerca de dois mil agentes, pelas suas contas.
Congeladas há cerca de 12 anos, as progressões começaram a ter lugar em Maio passado e abrangem cerca de 15 mil pessoas. Dependem de cada agente ter conseguido uma avaliação positiva por parte do seu superior hierárquico. Há porém casos de polícias que, por razões alheias à sua vontade, não chegaram a ser avaliados. O presidente do Sinapol, Armando Ferreira, dá alguns exemplos: “É o caso de pessoas que estão de baixa e ainda não foram chamados à junta médica da PSP. Alguns deles foram agredidos em serviço. Ou de pessoas que foram transferidas e que não tiveram a mesma chefia durante seis meses, o período mínimo para ser feita a avaliação”. Há outros casos, como o dos agentes cujos chefes se reformaram ou ainda daqueles que integraram missões fora do país.
“São polícias que estão a ficar para trás enquanto vêem os outros a progredir na carreira”, critica o dirigente sindical, acrescentando que a injustiça chega ao ponto de agentes com menos tempo de serviço ultrapassarem colegas que estão há mais tempo na profissão.
Numa carta dirigida ao ministro da Administração Interna em que lhe solicita uma reunião urgente, o Sinapol defende que a solução para o problema passa por os polícias nesta situação serem alvo de uma avaliação curricular: “Salvo eventualmente algumas excepções, todos os elementos policiais sujeitos a avaliação curricular terão sempre nota positiva. Logo possuirão automaticamente as avaliações necessárias para progredir de índice”.
Contactado pelo PÚBLICO, o Ministério da Administração Interna remeteu o esclarecimento da questão para a PSP. Já a direcção nacional desta polícia não forneceu qualquer resposta em tempo útil.