Marcelo: ultrapassado “o irritante”, Portugal e Angola estão vocacionados a encontrarem-se

Marcelo comentou parecer meia hora depois das primeiras notícias sobre a transferência do processo para Angola.

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Nuno Ferreira Santos

Recorrendo à expressão antes utilizada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta quinta-feira que com a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa de remeter para Angola o processo judicial que envolve Manuel Vicente, “desaparece ‘o irritante’” que existia e “era invocado periodicamente nas relações entre Portugal e Angola”.

O Presidente da República foi surpreendido pela notícia em Florença, onde se encontra para participar num debate com o editor do Financial Times para a Europa, Tony Barber, no âmbito da conferência The State of the Union organizada pelo Instituto Universitário Europeu. “Está a comunicar-me uma informação que eu não tinha. Se for assim, se quem tem poder de decidir decidiu isso, significa que há uma transferência. Se for esse o caso, desaparece ‘o irritante’”, observou Marcelo Rebelo de Sousa.

Para o Presidente da República, embora tratando-se de “um ponto menor”, o processo em curso na Justiça portuguesa em que o ex-vice-presidente angolano, Manuel Vicente, é suspeito de corrupção activa e lavagem de dinheiro, era um estorvo para as relações bilaterais, de tal forma que era “invocado periodicamente nas relações Portugal-Angola”.

Ultrapassado esse constrangimento, os países poderão retomar as suas relações, acredita Marcelo. “Eu sempre achei que os dois países estavam vocacionados a encontrarem-se. Espero que assim aconteça e que nós possamos fazer, em conjunto, um percurso que é importante para o povo angolano e o povo português”, afirmou.

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