Sabia que só na primeira década do séc. XXI foi produzido mais plástico do que nos últimos 100 anos? E que até 2050 as previsões apontam para que haja mais plástico no mar do que peixes? Para tentar contrariar esta situação, há uma iniciativa internacional que tenta reduzir o consumo deste produto derivado do petróleo. Sacos de compras, garrafas, palhinhas e copos descartáveis de plástico são as sugestões - a que chamam top 4 - feitas pelo Plastic Free July para começar a erradicar o plástico das suas vidas.
No início de Julho, arranca mais uma edição desta iniciativa internacional dinamizada pela organização governamental australiana Western Earth Carers. Começou em 2011, nos subúrbios da cidade de Perth (Austrália ocidental), mas hoje já envolve mais de 60.000 pessoas, escolas e organizações, de 130 países.
A meta desta acção global é promover um estilo de vida com menos plástico descartável, consciencializando as pessoas para os perigos do seu uso excessivo. Nosite da iniciativa é explicado que, embora no início do séc. XX o plástico tenha sido ambientalmente importante por substituir o marfim, a carapaça de tartaruga, chifres e outros produtos vegetais e animais, a sua utilização em bens duráveis generalizou-se nos anos 60, ao ponto de incluir uma vasta gama de embalagens descartáveis que, muitas vezes, acabam nos oceanos.
Ao longo do mês, são propostas ideias e dicas para recusar o plástico descartável e apostar em alternativas mais sustentáveis. Durante um dia, uma semana ou o mês inteiro, o compromisso pode passar por tentar evitar o plástico a 100%, todas as embalagens de plástico descartáveis ou aderir apenas ao top 4. Porém, os mais determinados nesta luta poderão, daqui para a frente, integrar o desafio no seu quotidiano.
Em Portugal, a taxa sobre os sacos de plástico leve (vigente para as grandes superfícies comerciais desde Fevereiro de 2015 e para os restantes estabelecimentos a partir de Abril de 2017) permitiu uma queda de 71% na utilização dos sacos, incluindo do lixo, e incentivou a sua reutilização. No entanto, rejeitar palhinhas, evitar frutas e vegetais já embalados, preferir o sabão ao sabonete líquido ou verificar se os cosméticos e a comida contêm microplásticos ainda não são procedimentos recorrentes.
Apesar de não ignorar a exigência da tarefa, a organização desta iniciativa internacional considera que a mudança dos hábitos de consumo é possível. “Não é fácil, mas é um desafio, não uma competição”, sublinha a equipa Plastic Free July.
Texto editado por Ana Fernandes