Trabalhadores de saúde ameaçam voltar à greve ainda este mês

Há reunião negocial marcada para esta sexta-feira. Se falhar, nova greve pode ser convocada de modo a coincidir com a paralisação dos técnicos de diagnóstico e terapêutica marcada para 24 e 25 de Maio, diz sindicato.

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Rui Gaudêncio

Os sindicatos dos trabalhadores da saúde anunciaram nesta quinta-feira que voltarão a fazer greve este mês caso não haja acerto de posições com o Governo em relação às suas reivindicações, como a instituição de 35 horas de trabalho.

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Sintap) tem marcada uma reunião com o Ministério da Saúde para sexta-feira, estando em cima da mesa uma proposta que "não contempla aquilo que era a garantia do tempo de trabalho prestado pelos contratos individuais ao longo de 10, 12, 13 e 14 anos" e a pretensão destes trabalhadores relativamente ao salário mínimo, disse o dirigente sindical José Abraão, em conferência de imprensa, em Lisboa.

O sindicalista adiantou que a greve de dois dias dos trabalhadores da saúde, que não inclui médicos e enfermeiros, que termina hoje, está a ter um "grande impacto", sendo que "as perturbações são significativas", rondando 80% de adesão a nível nacional.

José Abraão explicou que o objectivo da paralisação não é afectar os utentes, mas fazer com que o Governo ouça a preocupação destes trabalhadores e que na reunião de sexta-feira "se possam encontrar os caminhos e as soluções através da negociação".

Os sindicatos têm "uma grande expectativa" neste encontro com o Governo, mas, advertiu, "se não houver evolução neste processo, de modo a que se responda às reivindicações dos trabalhadores", entre as quais se contam a progressão das carreiras e o reforço de recursos humanos, a luta vai continuar.

"Ainda este mês, voltaremos à greve com o objectivo de que o Governo olhe para estes trabalhadores com outros olhos para que não sejam os parentes pobres do sector da área da saúde porque são tão importantes como os outros profissionais do Serviço Nacional de Saúde e também dos hospitais EPE [Entidade Pública Empresarial]", afirmou José Abraão.

O sindicalista disse esperar que se encontre solução para estes problemas através da via negocial e que se faça "justiça para com estas pessoas que estão indignadas e revoltadas".

O dirigente admitiu que a greve destes profissionais possa coincidir com a paralisação dos técnicos de diagnóstico e terapêutica marcada para 24 e 25 de Maio.