Macron e Trump, le bromance vai de vento em popa
Macron e Trump, “c'est le bromance!”. Ele é o aperto de mão, “la main dans la main”, o momento em que o Presidente norte-americano sacudiu a caspa do ombro do casaco escuro do seu homólogo francês: “Temos uma relação muito especial, na verdade vou tirar este bocadinho de caspa daqui. Temos de fazê-lo perfeito – ele é perfeito.” Como quem afasta uma poeirazita que está a estragar a fotografia do seu boneco favorito.
“Gosto muito dele”, disse Trump sobre Macron, depois do beijinho na sala Leste da Casa Branca – sobre o qual o Presidente francês fez uma piada no seu discurso perante o Congresso dos EUA, recordando o encontro entre Voltaire e Benjamin Franklin em Paris, em que ambos se beijaram. “Pode recordar-vos de algo…”, disse Macron.
Emmanuel Macron, o grande sedutor da política, encontrou audiência cativa em Donald Trump, embora defendam ideias diametralmente opostas – multiculturalismo versus nacionalismo, por exemplo. O francês que gosta de conquistar oponentes com o brilho do discurso racional face ao norte-americano que muitos dizem ser impermeável aos argumentos racionais.
A questão é se, apesar de toda esta linguagem corporal, que evolui no espaço como um bailado entre uma libelinha e um elefante, se poderá dizer que Macron e Trump são amigos? Ou se Macron poderá gerir esta proximidade a Trump sem queimar as asas – sem permitir que o comparem ao ex-primeiro-ministro Tony Blair, a quem chamavam “o caniche de George W. Bush.”