Rio escolhe a saúde para fazer oposição ao Governo
Líder social-democrata visita na próxima semana várias instituições hospitalares do Porto, Coimbra e Lisboa.
Rui Rio vai dedicar a próxima semana à saúde - uma das linhas de actuação directa do líder social-democrata para "fazer oposição [ao Governo] no curto e médio prazo", a par dos incêndios e do negócio Montepio/Santa Casa. Do programa de visitas faz parte o Hospital de São João, no Porto, uma instituição onde as crianças com cancro fazem os tratamentos de quimioterapia em ambulatório.
A falta de condições denunciada esta semana pelos pais e familiares das crianças com problemas oncológicos estende-se à unidade Joãozinho, a funcionar há muitos anos, no exterior do hospital em contentores para onde os doentes são encaminhados quando têm de ser internados.
O roteiro da saúde começa segunda-feira na cidade universitária com uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e termina sexta-feira, no Porto, no São João, com uma conferência de imprensa de balanço da iniciativa. O hospital aguarda pela assinatura do ministro das Finanças, Mário Centeno, para que a administração possa libertar os 22 milhões de euros que o Governo colocou na conta da unidade para promover o concurso público internacional para o arranque das obras da nova ala pediátrica, prevista há quase uma década.
Ao longo da semana, estão previstos encontros com as administrações da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde e da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica e também com a Ordem dos Enfermeiros e com o Sindicato Independente dos Médicos. O primeiro contacto institucional na área da saúde do novo presidente do PSD foi com o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, há cerca de um mês. Os dois falaram de assuntos genéricos ligados à saúde e, no final do encontro, Rio defendeu a realização de um debate, com carácter de urgência no Parlamento, à “gestão deficiente” do ministério, tutelado por Adalberto Campos Fernandes.
“É claro que o Ministério da Saúde não tem estado capaz de gerir os meios que tem à sua disposição e, portanto, a produtividade é muito baixa em prejuízo das populações e isso justifica que se faça no Parlamento um debate a sério sobre a saúde em Portugal”, disse na altura Rui Rio.
A falta de condições da oncologia pediátrica do Hospital de São João levou a concelhia social-democrata do Porto a exigir do Governo “uma data definitiva e concreta para o avanço da obra, uma vez que – refere aquele partido em comunicado – “os anúncios públicos deste Governo tem-se sucedido desde Março de 2016 (visita do ministro da Saúde ao Centro Hospitalar São João), sem que a questão sofra qualquer evolução concreta”.
A concelhia faz um desafio ao presidente da Câmara do Porto para “quebrar o silêncio” em relação ao que se passa no hospital e a juntar-se a esta “exigência do PSD”, “Independentemente da maior ou menor sensibilidade para certas temáticas, existem silêncios que, a serem mantidos, podem ser demasiados ensurdecedores”, acrescenta o comunicado, numa alusão a Rui Moreira.
Preocupada com a situação no Hospital de São João, a nova presidente do CDS-Porto, Isabel Menéres Campos, reuniu-se nesta quinta-feira com a administração do São João e, no final, apelou aos deputados do partido na Assembleia da República que a acompanharam na visita para que “pressionem o Governo, na pessoa do ministro das Finanças, para resolver este problema.