Moreira cria condições para ter maioria absoluta na assembleia municipal

Presidente da Câmara do Porto indica deputado do PSD, próximo de Rui Rio, para administrador não executivo da Casa da Música

Rui Moreira tem vindo a capitalizar apoios de figuras do PSD
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Rui Moreira tem vindo a capitalizar apoios de figuras do PSD neg nelson garrido
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Autarca no Porto desde 2013 Manuel Roberto

A Câmara do Porto recuou na decisão de reconduzir Maria Rosário Gamboa e indicou o nome do deputado municipal do PSD, Luís Osório, para administrador não executivo da Casa da Música. Maria Rosário Gamboa, com quem o PÚBLICO tentou falar sem sucesso, fora uma escolha pessoal do ex-vereador da Cultura da Câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva, para representar o município no Conselho de Administração (CA) da Casa da Música e a sua recondução estava garantida, mas à ultima hora o seu nome foi trocado pelo de Luís Osório.

O convite ao deputado municipal do PSD soou estranho até porque Luís Osório é um social-democrata considerado próximo do novo presidente do PSD, Rui Rio, com quem Rui Moreira se incompatibilizou pouco tempo depois de ter tomado posse como autarca. Mas o convite pode ter uma explicação: a sua indicação pode valer a Rui Moreira a maioria absoluta na Assembleia Municipal do Porto (AMP), uma vez que o movimento independente pelo qual foi eleito está apenas a um voto de obter essa marca.

Na AMP, Moreira ficou a dois votos da maioria absoluta, mas logo tratou de negociar com o PAN um acordo que lhe permitiu reduzir a diferença, assegurando os votos da deputada municipal Bebiana Cunha. Se a partir de agora passar a contar com Luís Osório, Rui Moreira consegue o pleno nos dois órgãos municipais: câmara e assembleia.

A escolha de Luís Osório, que além de ser consultor de sistemas de gestão de qualidade é o presidente do Núcleo Ocidental do Porto (NOP) do PSD, deixou o partido nervoso e foi recebido com surpresa na Casa da Música, que na sexta-feira reuniu o seu Conselho de Fundadores para escolher a administração (ver página 29) .

O convite ao presidente do NOP - o maior núcleo do PSD da cidade e onde militam Rui Rio, Pedro Duarte ou Paulo Rangel - acabou por estar na origem do adiamento do debate que o próprio Luís Osório tinha marcado para a noite desta sexta-feira. Com Osório ausente do debate por ter de estar presente na sessão da Casa da Música ao fim do dia, o vereador social-democrata na Câmara do Porto, Álvaro Almeida, que era um dos intervenientes, recusou que o debate fosse moderado pelo ex-vereador de Rui Rio, Gonçalo Gonçalves, o nome encontrado para substituir o deputado Paulo Rios que ficara retido no estrangeiro devido a uma greve da Air France, segundo relatos feitos ao PÚBLICO.

O outro convidado foi Francisco Ramos, antigo dirigente do PSD que agora dirige a Associação Cívica Porto o Nosso Movimento.

Antes da nomeação para a Casa da Música, Luís Osório fora o nome que o PSD e o Movimento Independente de Rui Moreira consensualizaram para integrar o Conselho da Comunidade do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Ocidental do Porto. O convite fora feito pelo vereador da Acção Social, Fernando Paulo, que preside ao Conselho da Comunidade do ACES, e Osório aceitou. Sucede que a escolha acabou por recair não sobre ele, mas sobre Sónia Veloso do Bloco de Esquerda.

Se Rui Moreira vai conseguir recrutar para o seu movimento Luís Osório, como aconteceu no anterior mandato com o líder da bancada municipal do PSD, Luís Artur, em breve se saberá. A decisão de Luís Artur em apoiar Moreira acabou por lhe custar 41 anos de militância no PSD. A poucos meses das eleições autárquicas de Outubro, Artur bateu com a porta e demitiu-se do partido na mesma altura em que o histórico Valente de Oliveira saiu. Ambos deixaram o PSD para apoiar Rui Moreira.

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