Roger Torrent é o novo presidente do parlamento catalão
Deputado independentista, da Esquerda Republicana, foi eleito, sem surpresas, na inauguração da sessão legislativa, em que foram já autorizados a votar os eleitos que estão presos.
O deputado da Esquerda Republicana (ERC, independentista), Roger Torrent, foi eleito presidente do parlamento catalão, numa votação em que os parlamentares actualmente presos foram autorizados a votar por procuração.
Torrent obteve 65 votos contra os 56 recolhidos pelo deputado do Cidadãos José María Espejo-Saavedra. Apesar de a formação de centro-direita contar com o grupo parlamentar mais numeroso no parlament, os votos dos deputados pró-independência garantiram a eleição de Torrent.
Os deputados eleitos que estão presos – acusados de vários crimes relacionados com o processo de independência unilateral – foram autorizados a votar por decisão da Mesa de Idade, o órgão que dirige os trabalhos parlamentares enquanto não é eleita uma direcção efectiva. O critério para a constituição deste órgão interino é baseado na idade (o deputado mais velho lidera a mesa e é assistido por dois secretários, que são os deputados mais jovens – todos membros da ERC).
O presidente da Mesa de Idade, Ernest Maragall, justificou a concessão de voto aos deputados presos através de um artigo do regulamento do parlamento que prevê a possibilidade de voto por procuração em casos de “incapacidade prolongada”.
Foi desta forma que Oriol Junqueras, Joaquim Forn e Jordi Sánchez foram autorizados a votar na sessão inaugural do hemiciclo. A líder da bancada do Cidadãos, Inés Arrimadas, criticou a decisão e disse que a sessão parlamentar se transformou num “comício da ERC”.
Não foi emitido qualquer parecer relativamente a Carles Puigdemont - auto-exilado em Bruxelas, e com receio de regressar à Catalunha, porque seria preso pelas autoridades espanholas. Os serviços jurídicos do parlamento catalão consideraram que não pode tomar posse por videoconferência, como desejava, nem por interposta pessoa.
A ERC e a coligação Juntos pela Catalunha, de Puigdemont, anunciaram no entanto ontem à noite um acordo para que ele tomasse posse - sem especificarem como será isso possível.