Puigdemont poderá ser presidente através de Skype?

Há um acordo com o partido de Oriol Junqueras – ou talvez não. Mas muito dependerá de quem vai presidir ao parlament e o partido anti-independência Cidadãos quer o lugar.

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Puigdemont quer tomar posse por vídeoconferência Albert Gea/REUTERS

Carles Puigdemont e a número dois da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), Marta Rovira, chegaram a um acordo em Bruxelas para voltar a investir o auto-exilado Puigdemont na presidência catalã. Mas as duas partes não concordam sobre aquilo em que concordaram.

A chamada “lista do president” afiança que está garantido que Puigdemont poderá tomar posse remotamente, a partir de Bruxelas – pois continua fora de questão voltar a Barcelona, por receio de ser preso se entrar em território espanhol – seja por Skype, seja através de um representante que se apresente no parlamento regional catalão.

Mas a ERC diz que embora Puigdemont seja o seu candidato ao cargo – uma vez que o líder do partido, Oriol Junqueras, continua detido, por decisão do Supremo Tribunal de Madrid –, terão de ser os advogados do parlamento a decidir se é possível ou não que o presidente do governo autónomo tome posse por videoconferência, o método preferido de Puigdemont.

O regulamento da câmara não especifica que o presidente tem de estar presente – possivelmente, porque nunca se colocou a hipótese de não comparecer à sua própria tomada de posse, sublinha o jornal catalão La Vanguardia.

A sessão inaugural do parlamento catalão realiza-se na próxima quarta-feira, 17 de Janeiro, e nessa altura decidir-se-á quem terá a presidência deste órgão – reclamada pelo Cidadãos de Inés Arrimadas, o partido anti-independentista que ganhou as eleições autonómicas, obtendo 37 deputados e mais de 25%. O partido que detiver a presidência do parlamento regional terá uma importante palavra a dizer na tomada de posse do presidente da Catalunha – cerimónia que ainda não tem data marcada, diz o El País. No entanto, o prazo para que se realize a primeira votação de investidura termina a 31 de Janeiro.

O Partido Popular – que obteve apenas três lugares de deputado nas eleições de 21 de Dezembro, o seu pior resultado de sempre – promete “lutar por todos os meios para impedir a investidura à distância de Puigdemont”.

 

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