Paula Brito e Costa diz que comunicou as suas suspeitas de fraude ao ministro
Ministério não esclareceu que encaminhamento interno deu às queixas que chegaram em Junho.
Diz que teve uma reunião em Julho com o ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, para lhe relatar suspeitas de que a antiga vice-presidente da Raríssimas, Joaquina Teixeira, teria desviado fundos. E que o ministro lhe sugeriu nessa altura que entregasse a auditoria que ela tinha encomendado (e cujos resultados levantavam dúvidas), ao Ministério Público. Paula Brito e Costa, ex-presidente da Raríssimas cuja gestão está a ser investigada desde Novembro, deu uma entrevista ao Expresso, que é publicada neste sábado. "A única fraude que existiu fui eu que a descobri", afirma.
O gabinete do ministro disse ao semanário que teve em Junho conhecimento de “um caso regionalmente delimitado, de apropriação indevida de donativos” na Raríssimas. Recusou dar informação sobre o seguimento interno dado às denúncias que Brito e Costa lhe fez chegar. Nomeadamente sobre se a Inspecção-Geral da Segurança Social foi informada.
Esta poderá apenas mais uma das muitas perguntas que os deputados poderão fazer a Vieira na Silva quando, na segunda-feira, for ao Parlamento prestar esclarecimentos sobre o caso.
Esta semana, já depois da reportagem da TVI que revelava suspeitas de gestão danosa envolvendo Brito e Costa, o ministro deu uma conferência de imprensa para assegurar que, mesmo tendo sido vice-presidente da assembleia-geral da Raríssimas até à véspera de tomar posse como ministro, nunca teve conhecimento de problemas na instituição. E anunciou uma inspecção global “com carácter de urgência” à instituição.
Neste sábado, na entrevista ao Expresso, Brito e Costa defende-se das suspeitas de que terá usado verbas da instituição para assuntos pessoais e contra-ataca. Já tinha feito o mesmo na RTP na sexta-feira à noite: diz que uma auditoria concluída em Maio deste ano descobriu irregularidades financeiras de mais de 270 mil euros na delegação do Norte da associação, que ditaram o afastamento de Joaquina Teixeira da instituição. E que a ex-vice-presidente terá também desviado dinheiro de peditórios no valor de cerca de 57 mil euros. Contactada pelo Sexta às Nove, da RTP, Joaquina Teixeira diz-se alvo de uma cilada, mas recusou dar uma entrevista a conselho do seu advogado.
O Ministério Público confirmou que está a investigar o caso desde Julho e que o processo está em Segredo de Justiça.