Paula Brito e Costa: "Vieira da Silva? Ficar-lhe-ei grata para o resto da vida"

Ex-presidente da Raríssimas diz que não houve nenhum político que tivesse ajudado tanto a Casa dos Marcos como o actual ministro do Trabalho e da Segurança Social.

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Paula Brito e Costa (à esquerda), durante uma visita de Letizia (centro), rainha de Espanha, e Maria Cavaco Silva (à direita) à Casa dos Marcos, em 2014 MARIO CRUZ

A ex-presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, diz que ficará “grata para o resto da vida” a Vieira da Silva por ter aprovado, em 2007, e numa altura em que a associação estava a ser fundada, um “incentivo” de 500 mil euros.

Numa entrevista transmitida no programa Sexta às 9 da RTP, Brito e Costa, que é suspeita de gestão danosa na Raríssimas, negou que tenha tido uma vida de luxo e que tenha enriquecido através das suas funções na associação.

Questionada sobre um subsídio atribuído em 2007 pelo então ministro do Trabalho e Segurança Social Vieira da Silva, Brito e Costa ressalva que esse valor dizia respeito a “um incentivo”. “Um incentivo, é assim que é chamado, de meio milhão de euros. Sim foi público, protocolado publicamente”, explicou.

A antiga presidente da Raríssimas concorda ainda que Vieira da Silva foi o político que mais a ajudou a construir a Casa dos Marcos. “Houve algum político além de Vieira da Silva que a tenha ajudado tanto a tornar a Casa dos Marcos naquilo que é hoje”, perguntou a jornalista Sandra Felgueiras. “Tanto? Não”, respondeu Brito e Costa. “Ficar-lhe-ei grata para o resto da vida”, diz ainda.

Numa nota escrita enviada ao programa Sexta às 9, Vieira da Silva desmente esta versão, afirmando que foi aprovado “um financiamento público” no valor de pouco mais de 427 mil euros: "Não concedi nenhum subsídio de meio milhão de euros à associação. Aquando da abertura de candidaturas ao programa PARES, a associação apresentou uma candidatura, a qual foi aprovada, com um investimento total de 3.170.700 euros e um financiamento público de 427.700 euros (13,5%)”, respondeu o actual ministro do Trabalho e da Segurança Social.

O PARES é o Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais e destina-se Instituições Particulares de Solidariedade Social ou outras legalmente equiparadas que pretendam apresentar projectos que criem novos lugares em respostas sociais, como creche ou lares de idosos. Sendo aprovados, o Estado cofinancia-os.

Durante a mesma entrevista Brito e Costa acusa ainda a antiga vice-presidente da Raríssimas, Joaquina Teixeira, de "desvios de fundos, fraude fiscal, branqueamento de capitais, provavelmente fuga ao fisco".

Paula Brito e Costa diz ainda não recear ser detida no âmbito do inquérito que foi aberto pelo DIAP na sequência das denúncias de gestão danosa transmitidas numa reportagem da TVI, que já provocaram a demissão do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado: “Por causa de umas gambas e de dois vestidos não vou fugir para lado nenhum.”

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