Trump: “Faz sentido a Coreia do Norte vir para a mesa de negociações”

Na conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo sul-coreano, o Presidente americano sublinhou a força militar colocada na península coreana e deixou a proposta para um acordo "que seja bom para os norte-coreanos e para o mundo".

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Donald Trump está na Coreia do Sul Reuters/JONATHAN ERNST

Donald Trump deu a entender estar disponível para se sentar à mesa das negociações com Pyongyang e fazer “um acordo que seja bom para as pessoas da Coreia do Norte e para o mundo”, escreve a CNN, que está a cobrir a visita do Presidente americano à Coreia do Sul.

Na conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo Moon Jae-in, Trump foi questionado sobre se via progressos na Coreia do Norte e respondeu que sim, num certo sentido: “Estamos a fazer muitos progressos. Penso que estamos a mostrar uma grande força. Enviámos três dos maiores porta-aviões do mundo [para a península coreana] e um submarino nuclear está também posicionado”.

Antes da conferência de imprensa, as autoridades militares dos EUA tinham anunciado que três porta-aviões americanos iriam participar numa operação militar nos próximos dias.

“Esperamos por Deus nunca ter de os usar”, afirmou Donald Trump, acrescentando: “Dito isto, acredito realmente que faz sentido para a Coreia do Norte vir para a mesa e fazer um acordo que seja bom para as pessoas da Coreia do Norte e para o mundo”. "Certamente que vejo alguns movimentos, mas vamos ver o que acontece”, concluiu.

Antes, Donald Trump tinha instado a comunidade internacional a fazer mais esforços para travar a Coreia do Norte, considerando que esta é uma “ameaça global que requer uma acção global”.

“Apelamos a todas as nações responsáveis, incluindo a China e a Rússia, para que exijam ao regime norte-coreano que ponha fim aos seus programas de mísseis e armas nucleares”, disse Trump, acrescentando: “É tempo de agir com urgência e com grande determinação”.

O Presidente americano apelou também ao cumprimento das sanções contra o regime de Kim Jong-un: “Todas as nações devem implementar as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e cessar o comércio e os negócios com a Coreia do Norte”, afirmou, considerando “inaceitável que haja países que ajudam a financiar este regime cada vez mais perigoso”.

A China é o principal aliado da Coreia do Norte, e tem sido fortemente criticada por Trump por não ter feito o suficiente para aplicar as sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança. Trump vai reunir-se com o Presidente chinês Xi Jinping em Pequim na próxima semana e o Presidente russo, Vladimir Putin, numa reunião de líderes asiáticos no fim de semana.

"Mensagem clara” a Trump

Do outro lado, o tom parece endurcer. Um jornalista da CNN que se encontra em Pyongyang, Will Ripley, relata que autoridades da Coreia do Norte “sentem que estão muito perto de aperfeiçoar a fase final do seu programa de mísseis balísticos intercontinentais ", o que lhes permitiria ameaçar o continente dos EUA.

Para provar as suas capacidades aos Estados Unidos, Pyongyang está empenhada em continuar com mais testes, incluindo um míssil de longo alcance e um sétimo teste nuclear.

O timing escolhido para estes testes não é conhecido, mas as autoridades sentem que têm de “enviar uma mensagem clara a Donald Trump”, relata o jornalista.

Em Seul, na conferência de imprensa conjunta, o Presidente sul-coreano pediu à Coreia do Norte para "parar suas provocações nucleares e mísseis e chegar à mesa de diálogo para a desnuclearização o mais rápido possível".

Moon disse concordar com a estratégia de Trump de "maximizar a pressão e as sanções contra a Coreia do Norte até desistir de armas nucleares" e reiniciar as negociações.

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