Oliver Stone sobre Weinstein: “Não deve ser condenado por sistema de justiceiros”
O realizador afirma que irá esperar pelo julgamento para se pronunciar sobre as mais de 30 revelações de assédio e abuso sexual.
O realizador norte-americano Oliver Stone defendeu esta quinta-feira que o influente produtor de Hollywood Harvey Weinstein, acusado de assédio e abuso sexual, não deve ser “condenado por um sistema de justiceiros”.
“Sou um firme defensor da teoria de que é preciso esperar pelo processo”, afirmou Oliver Stone, considerando que a indústria cinematográfica e o público julgaram prematuramente Harvey Weinstein.
“A meu ver, um homem não devia ser condenado por um sistema de justiceiros”, afirmou o cineasta de 71 anos, em conferência de imprensa em Busan, na Coreia do Sul, onde preside a um júri internacional de um festival de cinema.
“Se ele enfrentar a justiça, saber-se-á” se as alegações contra ele são verdadeiras, observou. “Vou simplesmente esperar [para me pronunciar], que é o correcto”, insistiu.
“Para mim foi um rival, nunca fiz negócios com ele e realmente não o conhecia. Ouvi histórias de horrores sobre quase toda a gente no trabalho, pelo que não vou comentar mexericos”, sustentou o realizador de Platoon – Os Bravos do Pelotão (1986) e de JFK (1991).
Harvey Weinstein, um dos mais influentes produtores de Hollywood, foi despedido da The Weinstein Company, empresa que co-fundou, poucos dias depois da publicação pelo New York Times de um artigo segundo o qual alcançou, durante décadas, uma série de acordos extrajudiciais para pôr termo a denúncias de assédio sexual, as quais remontam à década de 1990.
Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Mira Sorvino, Ashley Judd, Léa Seydoux e Asia Argento figuram entre as mulheres que denunciaram uma série de episódios diferentes que vão desde presumíveis comportamentos sexuais abusivos a supostas violações por parte do produtor galardoado com um Óscar pela produção de A Paixão de Shakespeare (1998).
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira que o conselho de administração vai realizar uma reunião especial no sábado para discutir as acusações contra Weinstein e as eventuais acções a tomar.
Weinstein, de 65 anos, é actualmente alvo de uma investigação policial em Nova Iorque e no Reino Unido.