Operação Marquês: grupo Lena deverá pedir instrução do processo

Actual presidente saiu ilibado, mas ex-fundador e três empresas do grupo são acusados pela prática de crimes de branqueamento de capitais, corrupção activa e fraude fiscal.

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Joaquim Barroca acompanhado do advogado à saída de um interrogatório Rui Gaudencio

Num comunicado enviado às redacções nesta quarta-feira, a comissão executiva do grupo Lena dá já quase como certa a intenção de pedir a abertura da instrução do processo. “É convicção da comissão executiva do grupo Lena, pelo conhecimento que tem dos factos, que não será possível provar em juízo nenhuma das acusações contra o grupo Lena, na medida em que nenhuma delas corresponde à verdade, sendo apenas teorias da acusação, sem nenhuma prova que as sustente”, afirma em comunicado.

“Não podemos deixar de notar a diferença abissal entre as suspeitas tornadas públicas inicialmente e o teor da acusação agora produzida.”

A “consistência das acusações do Ministério Público” é posta em causa com “a enorme discrepância entre as acusações e suspeitas iniciais, em que o grupo era apresentado e exposto na praça pública como o único corruptor do antigo primeiro-ministro José Sócrates, e as acusações agora concretizadas, em que o grupo Lena, para o mesmo Ministério Público, tem um papel residual nessa alegada teia de corrupção”.

O grupo sublinha também a “mais elementar justiça” que reveste o arquivamento do processo respeitante ao actual presidente do grupo Lena, Joaquim Paulo da Conceição, que consequentemente deixou de ser arguido neste processo. “Nunca se percebeu, a não ser para melhor assegurar a sua defesa enquanto cidadão e profissional, a razão da constituição como arguido de Joaquim Paulo da Conceição, que na altura dos pretensos factos nem sequer exercia funções na holding do grupo Lena”, frisa o grupo em comunicado.

Mas se o actual presidente sai ileso do despacho da acusação, o mesmo não se pode dizer de empresas do grupo, nem do ex-administrador e fundador do grupo Joaquim Barroca. Há três empresas (Lena SGPS, Lena Engenharia e Construção SGPS e Lena Engenharia e Construção SA) que foram acusadas de estarem envolvidas na prática de um total de 11 crimes (corrupção activa, branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada).

E Joaquim Barroca terá de responder por 14 crimes: corrupção activa de titular de cargo político (um), corrupção activa (um), branqueamento de capitais (sete), falsificação de documento (três) e fraude fiscal qualificada (dois).

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