Aprovada data das directas contra vontade de Rio
Eleição do novo líder social-democrata é a 13 de Janeiro.
O Conselho Nacional do PSD aprovou esta terça-feira, por esmagadora maioria, a proposta mais dilatada no tempo para a eleição do novo líder do partido, com os votos contra de conselheiros ligados a Rui Rio. Foi assim aprovada a data de 13 de Janeiro para a eleição (e não a de 9 de Dezembro) e o congresso a 16 a 18 de Fevereiro, num calendário que é muito mais próximo do que seria o normal sem a saída de Passos Coelho.
Os números finais da votação não foram revelados aos jornalistas pelo secretário-geral do PSD, José Matos Rosa, mas ao PÚBLICO apurou que o resultado foi de 61 votos a favor da proposta de uma data mais tardia contra nove. Um dos que votou contra foi Salvador Malheiro, líder da distrital de Aveiro e ligado à candidatura de Rui Rio. Já Rodrigo Gonçalves, líder interino da concelhia de Lisboa, e também apoiante do ex-autarca do Porto, não alinhou pelo mesmo sentido de voto.
Os dirigentes e os candidatos têm assim mais tempo para preparar a eleição, sobretudo os que só começaram a trabalhar nessa hipótese há uma semana, com a saída de Passos Coelho, como Pedro Santana Lopes e Miguel Pinto Luz, argumentaram outras fontes.
No início da reunião do Conselho Nacional, Passos Coelho referiu que a proposta de uma data mais tardia – a de 13 de Janeiro – corresponde praticamente ao calendário eleitoral que estava previsto antes de o actual líder anunciar que não se recandidatava ao cargo.
No calendário aprovado, a data limite para pagamento de quotas é 15 de Dezembro e a entrega de candidaturas (e das respectivas moções de estratégia dos candidatos) tem de acontecer até 2 de Janeiro. Entre 2 e 12 de Janeiro decorre a campanha eleitoral interna.
O 37.º congresso do PSD, que será em Lisboa, inclui também uma revisão estatutária em que se pode, por exemplo, alterar o modelo de eleição dos órgãos.
A proposta de Duarte Marques para a realização de um congresso extraordinário antes das directas não chegou a ir a votos, depois de o deputado defender que essa decisão fica nas mãos do futuro líder eleito.
O conselho nacional desta terça-feira votou duas propostas de calendário interno, validadas pela comissão política nacional que reuniu à tarde: Uma que apontava para a eleição de 13 de Janeiro e outra que indicava 9 de Dezembro (chumbada).