“Não me vou pôr ao fresco”, garante Passos
O líder do PSD reafirmou que não sai da liderança após as autárquicas. E voltou a criticar o Governo a propósito de Tancos.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho garante em entrevista à Rádio Renascença, que não se demitirá da liderança do PSD sejam quais forem os resultados das autárquicas de 1 de Outubro.
“Claro que se o PSD tiver um mau resultado autárquico é mau para a liderança do PSD. Mas a liderança do PSD não está em jogo com o resultado destas eleições”, afirmou Passos Coelho, na entrevista emitida esta segunda-feira, acrescentando: “As pessoas conhecem-me, sabem e já me ouviram dizer várias vezes que as eleições autárquicas não servirão nem para eu me pôr ao fresco nem para eu fazer provas de vida dentro do PSD.”
E garantindo a sua permanência à frente do partido até às próximas eleições directas previstas para Março de 2018, Passos Coelho frisou: “Sou presidente do PSD, quando existirem eleições internas, a seu tempo, me apresentarei a essas eleições – não sou de virar a cara ou de me pôr ao fresco, mas também não estou agarrado a isto a qualquer preço.”
Passos Coelho recusou-se, por outro lado, a fazer previsões sobre o resultado das autárquicas e as suas consequências. “Não sou um analista político. Sou presidente do PSD. E, como presidente do PSD, no dia a seguir às eleições cá estarei a fazer a leitura nacional que entenda dever fazer sobre essa matéria, mas não posso especular. Quem está com responsabilidades de liderança num partido não faz especulações sobre o dia a seguir às eleições.”
Tancos: “Não há sentido de Estado”
Já sobre o caso do assalto a Tancos, o líder do PSD defendeu, na entrevista à Rádio Renascença, que “o Governo liderou toda esta matéria mal desde o início esta foi uma das áreas de Estado em que se percebeu que não há sentido de Estado nem na maneira como o Governo se tem pronunciado, como o ministro tem conduzido este processo ou mesmo como o primeiro-ministro tem respondido politicamente perante o país.”
Criticando a actuação do Governo, em particular do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, o presidente do PSD sustentou ainda que “o que aconteceu é grave, os meses vão-se passando, o ministro desconversa e sacode as mãos com uma velocidade enorme, deu praticamente a entender – depois de ter havido demissões nas Forças Armadas, depois de se ter criado um alarme público justificado com o que se passou – que afinal, se calhar, no limite, por absurdo, nem se tinha passado nada.” E conclui: “estas são questões sérias que o Governo não tem levado a sério”.
Já sobre a actuação do Presidente da República neste caso, Passos Coelho defendeu: “Não sei o que é que em privado se passa, mas tenho a convicção de que o Presidente da República está tudo menos desatento ao que se passa.”