EUA dizem que Coreia do Norte "está a pedir uma guerra"
Reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU marcada por divisões entre os EUA e a China.
“Temos de adoptar as medidas mais duras possíveis” em relação à Coreia do Norte, pediu a embaixadora norte-americana no Conselho de Segurança da ONU, Nikki Haley, um dia depois de Pyongyang ter realizado o seu sexto e mais forte ensaio nuclear.
Haley endureceu o discurso contra o regime liderado por Kim Jong-un, chegando ao ponto de dizer que Pyongyang “está a pedir uma guerra”. A embaixadora acrescentou que “guerra é algo que os EUA nunca desejam”, embora tenha deixado um aviso: “A paciência do nosso país não é ilimitada.”
A representante norte-americana classificou de “insultuosa” uma proposta apoiada pela China e pela Rússia, que inclui uma suspensão dos exercícios militares conjuntos dos EUA com os aliados regionais a troco da paralisação do desenvolvimento do programa nuclear norte-coreano. "Apenas as sanções mais fortes irão permitir que este problema seja resolvido através da diplomacia", acrescentou Haley.
Pyongyang justifica os seus sucessivos testes balísticos e nucleares como uma medida “defensiva” perante aquilo que encara como uma ameaça representada pelos EUA.
O embaixador chinês no Conselho de Segurança, Liu Jieyi, deixou um apelo directo à Coreia do Norte para “parar com as acções erradas”, mas voltou a colocar em cima da mesa a proposta de uma paralisação conjunta dos exercícios militares norte-americanos e do programa nuclear norte-coreano.
No mês passado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou o mais duro pacote de sanções económicas dirigido contra a Coreia do Norte, que atinge cerca de um terço das suas exportações anuais.
Na sequência do ensaio de domingo, o Presidente dos EUA, Donald Trump, aludiu à possibilidade de cortar relações económicas com países que continuem a fazer trocas comerciais com a Coreia do Norte, num recado claramente dirigido a Pequim, principal parceiro comercial de Pyongyang.