Ministro da Educação diz que exame de Português não será anulado
Se se confirmar uma fuga de informação, os autores serão punidos "civil, disciplinar e criminalmente".
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, garantiu nesta quarta-feira que o exame de Português do 12.º ano, cuja eventual fuga de informação está a ser investigada, não vai ser anulado. "Neste momento não está em cima da mesa", indicou aos jornalistas quando questionado sobre a posssível anulação da prova já depois de ter garantido que esta opção "nem foi equacionada".
Segundo o ministro, caso se confirme que houve uma fuga de informação, "o ministério agirá civil, disciplinar e criminalmente contra o seu autor ou autores".
"Se alguém saiu beneficiado, sofrerá as consequências previstas no regulamento", declarou.
O Ministério Público já abriu um "inquérito" sobre a eventual fuga de informação do exame nacional de Português do 12.º, feito no dia 19 por 74 mil alunos, confirmou na passada sexta-feira a Procuradoria-Geral da República.
Em causa está uma gravação áudio de uma suposta aluna, que terá circulado na rede WhatsApp alguns dias antes do exame, dando conta de conteúdos que acabaram por sair na prova. Como anunciado nesta gravação, o autor escolhido foi Alberto Caeiro e o tema da composição também coincidiu. Foi sobre a importância da memória.
Esta alegada fuga de informação também está já a ser investigada pela Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC).
Na gravação, a aluna diz que soube “que é preciso mesmo, mesmo, mesmo” estudar Alberto Caeiro. E treinar “uma composição sobre a importância da memória”.
"Ó malta, falei com uma amiga minha cuja explicadora é presidente do sindicato de professores, uma comuna, e diz que ela precisa mesmo, mesmo, mesmo e só de estudar Alberto Caeiro e contos e poesia do século XX. Ela sabe todos os anos o que sai e este ano inclusive. E pediu para ela treinar também uma composição sobre a importância da memória...” — é a transcrição da gravação. A informação revelou-se certeira.
Num email enviado ao PÚBLICO, o professor que denunciou o caso diz ter tido conhecimento do registo áudio no sábado anterior à realização da prova.