A Associação de Professores de Matemática (APM) diz que, provavelmente, “mais alunos vão chumbar" ou não terão "a nota mínima para se candidatarem ao ensino superior" devido ao exame de Matemática A do 12.º ano realizado nesta sexta-feira por 48.532 alunos, indicou ao PÚBLICO o vice-presidente da APM, Jaime Carvalho e Silva.

Também haverá menos alunos a ter notas elevadas, acrescentou. Segundo este professor, o exame foi “um pouco mais difícil” do que o realizado no ano passado e tinha uma questão  que pode ter sido particularmente problemática para os alunos que o fizeram: a questão 6 do último grupo, que era  “totalmente abstracta”.

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) não subscreve, como aliás é hábito, a análise feita pela APM e considera mesmo que “o nível de complexidade global do exame é inferior" ao de 2015/2016. A média do exame de Matemática A de 2016 foi de 11,2 valores (numa escala que vai até 20), uma das melhores de sempre.

A SPM destaca também a questão 6 do último grupo como sendo a única que “possui um grau de complexidade que possa desafiar e diferenciar os estudantes mais bem preparados”. No conjunto, diz que “os procedimentos de cálculo requeridos são, para este nível, pouco exigentes” e que o enunciado “é cientificamente pouco equilibrado”

Jaime Carvalho e Silva, da APM, chama a atenção para o facto dos alunos que chumbarem terem de se submeter a um exame, em 2018, que terá na base um programa que nunca deram. Isto porque nunca foram abrangidos pelo novo programa de Matemática A e as metas curriculares respectivas, aprovados em 2013 e que só serão aplicadas ao 12.º ano em 2017/2018.

A nota mínima de acesso ao ensino superior é de 9,5 valores, mas as faculdades podem exigir médias mais altas, que é que acontece em muitos cursos em que o exame de Matemática A funciona também como prova de ingresso no ensino superior.