FC Porto revela mais emails e volta a acusar Benfica de “esquemas de arbitragem”

Director de comunicação portista denuncia alegadas mensagens entre ex-árbitro Adão Mendes e assessor jurídico do Benfica sobre classificações de árbitros.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

Uma semana depois, há novos episódios na polémica dos emails. O director de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, divulgou nesta terça-feira mais uma série de supostas mensagens de correio electrónico para acusar o Benfica de estar "claramente implicado num esquema de arbitragem". O Benfica contra-ataca, considerando "totalmente irrelevante" esta vaga de novos dados.

No programa Universo Porto, do Porto Canal, Francisco J. Marques leu uma série de emails, afirmando tratar-se de trocas de mensagens entre o ex-árbitro Adão Mendes e Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica; outras entre o então presidente da Liga, Mário Figueiredo, e o líder do Benfica, Luís Filipe Vieira; e outra uma lista de árbitros de segunda categoria que iriam para estágio "para eventualmente passarem à primeira categoria" e que, segundo o director de comunicação portista, chegou às mãos de Paulo Gonçalves.

“Vou ler um email que Adão Mendes escreveu a 9 de Outubro de 2014: ‘O nosso amigo Manuel Mota recorreu de nota negativa no jogo Marítimo-V. Guimarães, ao ter marcado uma grande penalidade a favor do V. Guimarães, que o observador da Madeira alega mal marcado. Vi as imagens e, como outros, o Manuel Mota tem razão. Temos de lhe dar nota positiva. Ele e eu apelamos ao doutor”, leu Francisco J. Marques sobre a mensagem que terá sido enviada pelo ex-árbitro ao assessor jurídico do Benfica, acrescentando que Paulo Gonçalves terá respondido que “haverá suporte”.

Numa outra alegada troca de emails, segundo Francisco J. Marques, Adão Mendes pediu ajuda a Paulo Gonçalves para um recurso do filho, Renato Mendes, que é árbitro.

“Isto é uma vergonha. Isto é o futebol português em 2017 telecomandado e orquestrado pelos senhores Paulo Gonçalves, Luís Filipe Vieira, Adão Mendes, Pedro Guerra, Nuno Cabral desta vida”, acusou Francisco J. Marques, argumentando que Paulo Gonçalves "é uma pessoa muito importante no Benfica". 

O responsável portista leu ainda o que disse ser uma mensagem do então presidente da Liga, Mário Figueiredo, para Luís Filipe Vieira, a 2 de Abril de 2014: "Caro Luís. Seguem anexo as declarações do António Salvador, feitas no final do jogo com Rio Ave (...). Ouve bem, por favor. Não fala em roubo nem faz acusações genéricas. Por favor tem calma, que sempre tenho estado e estive do teu lado."

O responsável portista apresentou uma outra mensagem, de Janeiro de 2014, do delegado da Liga Nuno Cabral, que teria como destinatário o assessor jurídico da SAD do Benfica, Paulo Gonçalves, questionando o seu afastamento de jogos da I Liga.

O dirigente "encarnado" terá remetido a questão para o então presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP): “Mário, a ser verdade, o homem é feio ou incompetente? É o único que não fez jogos da I Liga. Já foi 11 vezes a Chaves. Qualquer dia é treinador do Chaves".

"Ele está pronto? Vem fazer aqui um jogo ao Porto? Só tens que dizer", terá respondido Mário Figueiredo.

Francisco J. Marques acusou ainda Paulo Gonçalves de ter tido acesso a uma lista de "árbitros de segunda categoria que iam para estágio para eventualmente passarem à primeira categoria": "Isto é muito grave", acusou.

Logo depois destas novas revelações, o Benfica reagiu. Fonte do clube considerou "totalmente irrelevante" os dados que constam destes supostos emails e defendeu que "voltaram a ser cometidos vários crimes no Porto Canal": "O FC Porto vai ter de responder na Justiça. E são os mais variados crimes. Crime informático, falsificação, etc."

Na semana passada, o responsável portista divulgou uma primeira série de supostos emails, o que levou o Ministério Público e o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol a abrirem inquéritos para investigar o caso.

O Benfica reagiu na altura, prometendo processar o director de comunicação do FC Porto.

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