May disposta a “rasgar” as leis sobre direitos humanos para facilitar combate ao terrorismo
Primeira-ministra britânica admite que está disposta a enfraquecer a protecção dos direitos humanos para facilitar a acção das autoridades antiterrorismo.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, quer aumentar o poder das autoridades para responder às ameaças terroristas, nem que para isso tenha de "rasgar" as leis sobre direitos humanos. A promessa foi feita na terça-feira, a dois dias das eleições, num comício em Slough, no Sul do Reino Unido.
No período de três meses, o Reino Unido foi alvo de três atentados terroristas, todos reivindicados pelo grupo jihadista Daesh. Depois dos ataques em Londres no sábado, que mataram pelo menos oito pessoas, a candidata do Partido Conservador e actual primeira-ministra tem sido criticada pelos cortes que fez no financiamento à polícia britânica, quando era ministra do Interior. May defendeu-se das acusações afirmando que a estratégia não passa pelo número de agentes armados, mas pelos seus poderes para agirem.
A primeira-ministra elogiou a política do “atirar a matar”, bem como a eficácia e rapidez na resposta das autoridades no ataque de sábado. E, numa entrevista ao Sun, May admitiu estender de 14 para 28 dias o período de que a polícia dispõe para manter um suspeito detido.
May disse que é preciso "fazer mais para restringir a liberdade e os movimentos de suspeitos de terrorismo quando houver provas suficientes de que representam uma ameaça". Defendeu também condenações mais longas por crimes relacionados com o terrorismo. E garantiu que, se continuar no número 10 de Downing Street, fará “com que seja mais fácil para as autoridades deportarem para os seus países os estrangeiros suspeitos de terrorismo".
"E se as nossas leis de direitos humanos nos impedirem de fazer isso, mudaremos as leis. Se for eleita primeira-ministra na quinta-feira, esse trabalho começará na sexta-feira", disse.
Esta semana, Theresa May tinha criticiado a "tolerância" que existe em relação ao extremismo e defendido um maior controlo da Internet. "Precisamos de trabalhar com os governos democráticos nossos aliados para chegar a acordos internacionais que regulem o ciberespaço para prevenir a disseminação do extremismo e o planeamento do terrorismo. E precisamos de fazer tudo o que conseguirmos cá dentro para reduzir os riscos de extremismo online”, disse após os ataques.