Trump recebido na Arábia Saudita com a pompa que Obama não teve
A primeira viagem internacional de Trump está ensombrada pelos escândalos diários que envolvem a sua Administração.
Donald Trump inicia este sábado na Arábia Saudita a sua primeira visita ao estrangeiro enquanto Presidente dos EUA, numa altura em que a sua Administração se vê envolvida numa torrente de escândalos.
Em Riad, Trump e a primeira-dama, Melania - sem véu -, foram recebidos pelo rei Salman no aeroporto, que concedeu ao Presidente norte-americano a medalha do rei Abdullaziz, a mais importante condecoração civil da Arábia Saudita. A recepção afável prestada por Salman contrasta com a frieza com que recebeu o antecessor de Trump, Barack Obama, há quase um ano, na quarta e última visita do anterior Presidente dos EUA ao reino do deserto.
Na altura, Riad criticava a Administração Obama por se tentar aproximar do Irão, na sequência da assinatura do acordo nuclear.
Para além de Melania, Trump viaja acompanhado da filha mais velha, Ivanka, que é conselheira na Casa Branca, e do genro, Jared Kushner, que também integra a equipa presidencial, e cuja intervenção foi decisiva para fazer avançar o acordo para a venda de armas e material militar americano ao reino saudita, incluindo 150 helicópteros Blackhawk, num valor superior a 110 mil milhões de dólares.
Para além de visitar o mais importante aliado no Médio Oriente, o Presidente dos EUA espera conseguir promover negócios para as empresas norte-americanas. Esta manhã, o director executivo da petrolífera estatal saudita Aramco revelou que foram assinados contratos com 11 empresas americanas, que totalizam 50 mil milhões de dólares (44 mil milhões de euros).
No domingo, Trump irá participar numa cimeira com outros países da região, e pronunciar a sua versão de um discurso aos mundo muçulmano, que no entanto se espera que seja bastante diferente do pronunciado por Barack Obama. Segundo o New York Times, poderá propor a formação de algo semelhante a uma NATO dos países árabes.
Segunda-feira partirá para Israel, onde irá visitar Telavive e Jerusalém, e também a Cisjordânia. Segue-se um encontro com o Papa no Vaticano e, na quinta-feira, encontros com líderes da União Europeia e a cimeira da NATO, em Bruxelas. Na sexta-feira, Trump participa na reunião do G-7 na Sicília.
O primeiro périplo internacional de Trump surge numa altura em que a Casa Branca tenta lidar com uma sucessão de crises em torno da demissão do director do FBI, James Comey. A mais recente foi a revelação de que Trump terá dito que Comey é “um louco” e que a sua demissão “retirou muita pressão”. O Washington Post diz que há um funcionário da Casa Branca abrangido pela investigação aos contactos estabelecidos entre a campanha de Trump e dirigentes russos.