Quem votou afinal em Emmanuel Macron?
Candidato venceu em praticamente todas as faixas etárias, económicas e profissionais. Le Pen ainda foi buscar apoio a quem votou em Fillon.
Emmanuel Macron venceu as eleições presidenciais francesas arrecadando, segundo as projecções, mais de 65% dos votos. Mas as sondagens à boca das urnas revelam outros dados sobre a eleição deste domingo.
Em primeiro lugar, importa analisar a migração de votos da primeira para a segunda volta das eleições. Dos apoiantes dos candidatos que foram afastados à primeira volta, que percentagem acabou por votar este domingo no centrista? Os dados são divulgados pela Ipsos:
- 71% dos franceses que votaram no socialista Benoit Hamon na primeira volta;
- 52% dos que votaram no candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon;
- 48% dos eleitores do conservador François Fillon.
E em Le Pen?
- 20% dos eleitores de Fillon na primeira volta;
- 7% dos que votaram em Mélenchon;
- 2% dos apoiantes de Hamon.
A questão que se segue: porque é que os franceses votaram em Macron?
- 43% para evitar a vitória de Marine Le Pen;
- 33% para uma renovação política;
- 16% devido ao programa de Macron;
- 8% pela personalidade do novo Presidente francês.
Os votos por faixa etária:
- 18 – 24 anos: 66% em Macron e 34% em Le Pen;
- 25 – 34 anos: 60% Macron; 40% Le Pen;
- 35 – 49 anos: 57% Macron; 43% Le Pen;
- 50 – 59 anos: 64% Macron; 36% Le Pen;
- 60 – 69 anos: 70% Macron, 30% Le Pen;
- Mais de 70 anos: 78% Macron; 22% Le Pen.
Como se pode verificar, o centrista venceu em todas as faixas etárias, mas foi em relação aos eleitores mais velhos que se registou a maior vantagem de Macron sobre Le Pen.
A vitória de Macron também foi total nas várias classes económcias. Mas também aqui, à medida que sobem os rendimentos, aumenta também a vantagem do candidato do movimento “En Marche!”:
- Menos de 1250 euros mensais: 55% Macron; Le Pen 45%;
- De 1250 a 2000 euros: 59% Macron; 41% Le Pen;
- De 2000 a 3000 euros: 64% Macron; 36% Le Pen;
- Mais de 3000 euros: 75% Macron; 25% Le Pen.
Dividindo o eleitorado por classes profissionais, mantém-se o domínio de Macron com uma excepção: a candidata da Frente Nacional conseguiu registar um melhor resultado do que Macron entre os operários fabris.