Há 24 casos de sarampo confirmados e 12 continuam em investigação

Entre os casos confirmados, 11 são profissionais de unidades de saúde e quatro não tinham as vacinas actualizadas. Só há duas pessoas internadas e uma é a irmã da adolescente que morreu.

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Dois doentes continuam internados Rui Gaudêncio

Desde Janeiro até esta segunda-feira foram notificados à Direcção-Geral da Saúde (DGS) 87 supostos casos de sarampo, mas apenas 24 estão confirmados. Há 12 em investigação, só dois doentes continuam internados, e apurou-se que os outros casos notificados não eram, afinal, de sarampo. Umas das doentes que se mantém internada, apenas por precaução, segundo uma fonte da DGS, é a irmã da jovem de 17 anos que morreu na semana passada na sequência de complicações provocadas pelo sarampo.

No último balanço sobre a "actividade epidémica do sarampo", divulgada nesta segunda-feira, a DGS revela que, dos casos já confirmados, nove são crianças e jovens e 11 são profissionais de unidades de saúde. Quatro destes últimos não tinham o esquema vacinal contra o sarampo actualizado (são necessárias duas doses).

Foi assim possível confirmar mais três casos desde a última actualização da DGS, efectuada na passada quarta-feira após a morte da adolescente de 17 anos, que não estava vacinada e não resistiu a uma pneumonia bilateral, no Hospital de Dona Estefânia (Lisboa). A maior parte dos doentes é, aliás, da região de Lisboa e Vale do Tejo (16). Há ainda sete casos confirmados no Algarve e um na região Norte, uma criança "com um a quatro anos de idade", que foi hospitalizada mas já teve alta.

Dos casos confirmados em Lisboa e Vale do Tejo, a maior parte dos doentes são adultos entre os 20 e 45 anos de idade (12) e, destes, nove são funcionários de estabelecimentos de saúde. Apenas cinco tinham as vacinas contra o sarampo actualizadas. Seis foram hospitalizados e destes apenas dois permanecem entretanto internados.

No Algarve, o surto afectou quatro crianças com menos de um ano de idade (ainda não vacinadas, uma vez que a primeira dose só se faz aos 12 meses), três adultos entre os 20 e os 45 anos. Destes, dois são profissionais de unidades de saúde e tinham as vacinas em dia. 

Mais de 7500 casos na Europa

Na Europa, o último balanço aponta para mais de 7500 casos de sarampo, com a Roménia a destacar-se como país mais afectado, com 4793 doentes notificados entre Janeiro de 2016 e 7 de Abril deste ano, segundo adiantou o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças. No total, até à data, há registo de 25 mortes na Europa, 22 das quais ocorreram na Roménia. Portugal, Suíça e Bulgária são os outros três países com óbitos.

Na Roménia, o maior número de casos está concentrado nas crianças até aos 14 anos que, em 96% das situações, não estavam vacinadas. Outros doentes tinham recebido apenas a primeira dose da vacina, quando, para garantir a imunização, são necessárias duas. A Itália é o segundo país mais afectado, com 1603 doentes (152 profissionais de saúde). Há também 410 casos na Alemanha, 266 na Bélgica e 134 em França.

Numa altura em que está lançado o debate sobre se a vacinação contra o sarampo deve ou não ser obrigatória, na Europa há sete países em que isso acontece: Croácia, República Checa, Hungria, Polónia, Sérvia, Eslováquia e Eslovénia, de acordo com o Fórum Europeu para a Vigilância da Vacinação.

Em Portugal, o Programa Nacional de Vacinação (PNV) não é obrigatório, mas é cumprido pela maior parte das crianças, com taxas da ordem dos 95%, apesar de haver zonas em que a percentagem de vacinados é mais baixa. 

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