Três candidaturas da área do PS estão na calha em Matosinhos

António Parada, vereador socialista, demitiu-se ontem do partido pouco antes de António Costa participar no jantar de apresentação da candidatura de Luísa Salgueiro à câmara

Fotogaleria
António Parada demite-se do PS e prepara candidatura independente a Matosinhos Nelson Garrido
Fotogaleria
Parada foi candidato há quatro anos Fernando Veludo/NFACTOS
Fotogaleria
Em 2013, o rosto do PS em Matosinhos foi António Parada, que já presidiu à junta Manuel Roberto
Fotogaleria
Manuel Pizarro com Luísa Salgueiro, actual candidata do PS Nelson Garrido
Fotogaleria
Narciso Miranda, ex-presidente, também vai concorrer Nuno Ferreira Santos / Publico

O PS de Matosinhos ainda não sarou as feridas que se abriram com a escolha de Luísa Salgueiro para liderar a lista do partido à câmara nas eleições do dia 1 de Outubro. A decisão é de tal modo contestada que além da candidatura de Salgueiro, pelo PS, já há mais dois candidatos oriundos da família socialista: um é Narciso Miranda, já conhecido, e o outro será António Parada, cabeça de lista do PS à câmara, em 2013, e dirigente nacional.

O presidente da distrital do PS-Porto, Manuel Pizarro, é apontado como “o grande responsável” pelas fracturas que se abriram no partido, que chegou a exigir a realização de primárias. “Manuel Pizarro enganou o secretário-geral do PS dando-lhe informações distorcidas, tentando convencer António Costa de que Luísa Salgueiro seria uma candidata agregadora e vencedora, mas Luísa Salgueiro não agrega, antes divide os socialistas de Matosinhos”, afirma ao PÚBLICO António Parada.

“Nunca fui tido nem achado no processo de escolha do candidato e ainda hoje estou por perceber por que é que Manuel Pizarro acha que Luísa Salgueiro, que há quatro anos integrou a minha lista para a câmara em quinto lugar, é melhor para do que eu que fui o cabeça de lista?”, atira o também ex-presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos.

António Parada não podia ter escolhido melhor dia para se desfiliar do partido. Ontem, duas horas antes de António Costa participar no jantar de apresentação da candidatura de Luísa Salgueiro à câmara, entrou na sede da concelhia de Matosinhos e entregou o cartão. Parada bate com a porta em “total” ruptura com o líder da distrital, pondo um ponto final em 32 anos de militância, que começou na JS, aos 14. O autarca prepara-se agora para entrar na corrida encabeçando uma candidatura independente, criando mais engulhos à já difícil campanha do PS.

Ao que o PÚBLICO apurou, figuras da direcção nacional e da estrutura distrital do PS terão tentado travar a investida de Parada de se demitir do partido para protagonizar uma candidatura independente, mas aparentemente sem sucesso. O PÚBLICO sabe que António Parada já tem apoios financeiros para a sua campanha eleitoral e estará já a fazer convites, quer para a câmara quer para a assembleia municipal.

Ao que o PÚBLICO apurou, figuras da direcção nacional do PS e também da estrutura distrital terão tentado travar a investida de Parada se demitir do partido para protagonizar uma candidatura independente, mas aparentemente sem sucesso. O PÚBLICO sabe que António Parada já tem apoios financeiros para a sua campanha eleitoral e estará já a fazer convites, quer para a câmara quer para a assembleia municipal.

Pela primeira vez, Matosinhos vai ter três candidaturas da área do PS, o que torna os resultados imprevisíveis: uma será liderada por Luísa Salgueiro e integra ex-socialistas que abandonaram o partido para se candidatarem como independentes na lista de Guilherme Pinto; uma protagonizada pelo antigo presidente da câmara, Narciso Miranda, e agora a de António Parada.

O presidente da concelhia, Ernesto Páscoa, não esquece a “intromissão” do líder da distrital no processo de escolha do candidato em Matosinhos e diz que “o PS está hoje mais desunido" do que há quatro anos. “A saída de António Parada abre caminho a mais uma candidatura da área do PS e isso é trágico para o partido”, sublinha, lamentando que Manuel Pizarro e Luísa Salgueiro “tenham organizado o jantar de candidatura do partido à câmara sem terem a preocupação de informar as estruturas do PS" do concelho. “Houve uma falta de respeito pela instituição que o PS é em Matosinhos e, sobretudo, pelo seu património humano”, acusa, sublinhando que foi essa a razão pela qual não foi ao jantar.

Sugerir correcção
Comentar