Coreia do Norte divulga vídeo em que simula ataque aos EUA
Imagens de míssil a atingir cidade norte-americana surgem num dos momentos de maior tensão entre os dois países.
No meio de um dos momentos de maior tensão na relação entre os dois países, a televisão pública da Coreia do Norte dilvugou esta quarta-feira, de acordo com o jornal britânico Telegraph e outros meios internacionais, imagens de um concerto militar onde foi apresentado um video que simula um ataque com mísseis aos Estados Unidos.
As imagens mostram a exibição do coro militar, num espectáculo realizado no passado domingo no âmbito das comemorações do 105.º aniversário do nascimento do fundador regime norte-coreano, Kim Il-Sung. O seu neto, e actual líder da Coreia do Norte, terá assistido à actuação. Servindo como cenário, atrás do coro e da orquestra, é visível um ecrã de grandes dimensões onde são reproduzidas as imagens de um lançamento de um míssil que atravessa um oceano e atinge uma cidade. Logo de seguida surgem imagens de um cemitério com a bandeira dos EUA.
A divulgação do video na televisão pública norte-coreana — cuja versão disponível no YouTube (abaixo) é mais reduzida do que a que é reproduzida pelo Telegraph — surge num momento de particular sensibilidade, com diversas declarações públicas de ambas as partes a não colocarem de lado a possibilidade de um conflito militar.
Não é a primeira vez que a Coreia do Norte divulga vídeos de ataques a cidades norte-americanas, como Washington e Nova Iorque, por vezes mostrando a destruição da Casa Branca. Já o faz pelo menos desde 2013. São colocados online por serviços informativos norte-coreanos internacionais, como a Voz da Coreia, que emite em várias línguas, normalmente em momentos em que o regime de Pyonyang pretende dar uma resposta provocatória a uma retórica agressiva dos Estados Unidos.
Esta segunda-feira, numa visita à zona desmilitarizada que divide as duas Coreias, o vice-presidente dos EUA anunciou que "a era da paciência acabou", garantindo que os norte-americanos "iriam manter a sua "aliança de ferro" com a Coreia do Sul e agir por "meios pacíficos ou, em última instância, quaisquer meios necessários" para proteger e estabilizar a região. Como resposta, o embaixador adjunto da Coreia do Norte na ONU, Kim In-ryong, afirmou que “uma situação perigosa na qual uma guerra termonuclear pode rebentar a qualquer momento na península [da Coreia]".
Para além das declarações, a Coreia do Norte realizou um ensaio falhado de lançamento de um míssil e os EUA anunciaram a deslocação de uma das suas mais importantes armadas para a Península da Coreia, embora mais tarde se tenha vindo a verificar que a armada permaneceu em exercícios com forças australianas no Oceano Índico.