A vantagem nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões está do lado do Benfica, graças ao triunfo por 1-0 sobre o Borussia Dortmund, na primeira mão, mas a visita à Alemanha não terá facilidades para os “encarnados”. O treinador Rui Vitória sublinhou que a equipa vai procurar a vitória na partida de quarta-feira (19h45, SP-TV1), mas admitiu que será preciso “cautelas defensivas”.

“Sabemos que um golo nosso terá impacto por ser marcado fora, mas sabemos também que o Borussia vai jogar em sua casa e vai procurar ganhar-nos. É fundamental neste jogo os níveis de concentração estarem muito altos, o critério com que se fazem as coisas tem de ser um critério de grande qualidade. Se isso acontecer vamos ter as nossas oportunidades e criar perigo. Vamos defrontar uma equipa forte, mas é isto que queremos, temos o máximo prazer de estar aqui. São estes jogos que todas as equipas da Europa querem disputar”, afirmou o técnico, na conferência de imprensa.

“Agora há um conhecimento mais aprofundado entre as equipas e calculo que amanhã haja alguma diferença na abordagem ao jogo. Antes estava 0-0 e agora há 1-0 de diferença. Estamos preparados para as diferentes nuances que o jogo pode ter. Vamos defrontar uma equipa difícil, mas estamos prontos para a enfrentar e levar esta eliminatória de vencida”, acrescentou Rui Vitória, garantindo que a sua equipa tem a mesma perspectiva em todos os jogos: “Queremos ganhar. O Borussia vai obrigar-nos a ter cautelas defensivas, mas isso não invalida que, naquelas oportunidades que vamos ter, não queiramos ganhar. Queremos dividir o jogo. Há momentos em que vamos estar a defender com linhas mais baixas, noutros momentos vamos estar com a linha próxima do meio-campo.”

O treinador do Benfica desvalorizou a importância da sorte no triunfo obtido na primeira mão, na Luz: “Ganhámos 1-0, mas fizemos coisas que entendemos que podemos fazer melhor. Fizemos coisas bem feitas. Não jogámos com uma equipa qualquer, como é evidente. Há aspectos que, melhorando, podemos criar perigo para o Borussia. A verdade é que, em 17 jogos na Liga dos Campeões, desde a época passada, já contribuímos para o futebol português com oito vitórias. Aceito todos os comentários, mas amanhã é outro jogo.”

Quanto ao sonho confesso do presidente Luís Filipe Vieira de ver o Benfica campeão europeu, Rui Vitória sublinhou que há “um conjunto de factores necessários” para atingir esse objectivo. “Todas as equipas, para chegar a uma final, dependem do factor sorte: a combinação do sorteio, o momento das equipas, os potenciais candidatos que vão ficando pelo caminho. E há uma coisa fundamental: a grandeza do clube, a sua capacidade financeira. Não é só o dinheiro que conta, mas ajuda muito. Enquanto nós temos um jogador que está a valorizar-se e pode sair, os outros retocam a sua equipa porque têm capacidade financeira. A longo prazo queremos chegar a coisas mais grandiosas do que estamos a viver. A continuidade dos jogadores tem de existir”, vincou.