Lena d'Água regressa ao Festival da Canção com Eu Nunca Me Fui Embora
São conhecidos os oito finalistas que no, próximo domingo, lutam vitória e representação de Portugal no festival da Eurovisão.
Os oito finalistas da edição de 2017 do Festival da Canção ficaram definidos este domingo, na segunda meia-final do programa. As quatro canções que se irão juntar aos primeiros quatro finalistas, apurados uma semana antes, pertencem a Celina da Piedade, Nuno Figueiredo, João Pedro Coimbra e Pedro da Silva Martins. Para além de Celina da Piedade, que interpretou a própria canção, Primavera, mais três nomes garantiram o lugar na final: Jorge Benvinda, com Gente Bestial, Pedro Gonçalves com Don't Walk Away e a já experiente Lena d'Água, que interpretou a música Eu Nunca Me Fui Embora.
Estas quatro canções juntam-se assim às primeiras finalistas: Poema a Dois, de Fernando Daniel, O Que Eu Vi Nos Meus Sonhos, Deolinda Kinzimba, Amar pelos Dois, Salvador Sobral e Nova Glória dos Viva La Diva.
A escolha do músico que representará Portugal no Festival da Eurovisão será decidida no próximo domingo, 5 de Março.
Primavera, Celina da Piedade
Compositor: Celina da Piedade
“Por um lado acústica, por outro lado electrificada e muito enérgica”, é assim que a compositora e cantora descreve a canção. Celina da Piedade, que em 2011 não conseguiu acompanhar os Homens da Luta à Eurovisão porque tinha outros concertos nas mesmas datas garantiu que este ano, por precaução, já tem o período do concurso internacional reservado. Sobre o Festival da canção, diz que se liga “a momentos marcantes do nosso percurso social, político, cultural”, e que por isso “continuará a fazer sentido dar-lhe conteúdo e nele participar enquanto no público continuar também a existir o desejo de nele se rever”, conta à RTP.
Gente Bestial, Jorge Benvinda
Compositor: Nuno Figueiredo
A dupla de músicos dos Virgem Suta apostou "na ironia das palavras”. A canção “tem uma série de alusões àquilo que somos enquanto povo português, o nosso modo de estar, aqueles pormenores que caracterizam a nossa forma de estar e de viver e que eu gosto de caracterizar nas letras das músicas”, descreve o compositor. Nuno explica que não hesitou em escrever a música em português. “Não tenho a mesma destreza [a escrever noutra língua] e gosto particularmente da língua portuguesa para as minhas brincadeiras fonéticas e para os jogos de palavras que uso”. “Lá porque o objectivo final é um certame que não é em Portugal não implica que eu tenha de fazer concessões na minha forma de compor”, justificou.
Don't Walk Away, Pedro Gonçalves
Compositor: João Pedro Coimbra
A única canção que chega à final sem ser cantada em português é do compositor, letrista e fundador dos Mesa, João Pedro Coimbra, que entregou a interpretação a Pedro Gonçalves, de 19 anos – conhecido pela sua participação no The Voice. "Faz sentido, para mim, escrever em inglês, que é uma língua universal, como a música também o é", justificou o compositor. "Acho importante que se perceba a mensagem contida na letra da canção.", acredita.
Eu Nunca Me Fui Embora, Lena d’Água
Compositor: Pedro da Silva Martins
O compositor dos Deolinda convidou a antiga vocalista dos Salada de Frutas, que confessou nunca antes ter sido convidada para o concurso. “É uma participação com um sentido mais profundo, as letras foram feitas a partir de coisas da minha vida, coisas que eu disse”, contou. A música não podia ser mais biográfica: “Nos últimos 20 anos eu tenho feito muitas coisas, mas coisas que não aparecem em televisão. O jazz não aparece em televisão, o último disco que eu fiz de rock também não passou na rádio, mas eu nunca parei. Só que de cada vez que eu fazia um contrato para ir cantar a qualquer lado – fosse piano e voz, fosse com a banda de jazz ou com a banda de rock – apresentavam-me sempre como ‘O grande regresso de Lena d’Água!’ e eu pensava ‘Mas eu nunca me fui embora!’”