Presidente de facto e herdeiro da Samsung foi detido

Lee Jae-yong está a ser investigado no âmbito de um escândalo de corrupção que levou o Parlamento a iniciar um processo de impeachment à Presidente Park Geun-hye.

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Lee Jae-yong tinha sido interrogado durante 15 horas na semana passada Reuters/POOL

O presidente de facto do grupo Samsung, Lee Jae-yong, foi detido esta sexta-feira depois de um tribunal da Coreia do Sul ter aprovado um mandado de captura contra o herdeiro do gigante tecnológico, que está a ser investigado pelo seu papel num escândalo de corrupção que atingiu a política sul-coreana, com o Parlamento a iniciar um processo de impeachment à Presidente do país, Park Geun-hye. O mesmo tribunal de Seul rejeitou um pedido de detenção para o presidente da Samsung Electronics, Park Sang-jin, dá conta a Reuters.

Lee ainda exerce, em teoria, funções de vice-presidente do grupo, mas na prática lidera a empresa desde que o seu pai, Lee Kun Hee, foi hospitalizado em 2014 devido a um ataque cardíaco. A Samsung já começara os preparativos para a transição formal do poder, que poderá agora ficar em risco.

Na passada terça-feira, Lee foi interrogado durante mais de 15 horas por um procurador do Ministério Público sul-coreano, tendo sido entregue um pedido de detenção para o líder do grupo Samsung e para o presidente da Samsung Electronics. O gabinete do procurador responsável pelo processo explicou que as acusações incluíam suborno, fraude e ocultação de activos no estrangeiro. Agora, explica a Bloomberg, com todos os passos processuais a dar, o julgamento e respectivo veredicto só deverão estar concluídos num período de, pelo menos, 18 meses.

Esta foi a segunda tentativa por parte do Ministério Público em fazer aprovar um mandado de captura para Lee, depois de, no dia 19 de Janeiro, o pedido ter sido rejeitado por falta de provas. 

O país ficou mergulhado numa crise política desde que vieram a público os primeiros pormenores sobre o caso que envolve Choi Soon-sil, uma amiga de infância da Presidente que terá usado essa relação para pressionar grandes empresas – como a Samsung – a fazer doações para fundações que lhe estavam associadas.

Foram ainda revelados indícios de que Park terá dado a Choi acesso privilegiado a informação confidencial e até enviado discursos para que a amiga fizesse sugestões e alterações. Choi e uma ex-assessora de Park estão acusadas de abuso de poder e fraude.

Na terça-feira a Samsung divulgou um comunicado a negar as acusações: "A Samsung nunca subornou a Presidente para procurar alguma coisa em troca ou para procurar favores ilícitos".

A investigação tenta assim esclarecer se Lee esteve envolvido no pagamento de 43 mil milhões de won (quase 36 milhões de euros) para beneficiar a amiga da Presidente da Coreia do Sul, diz a Bloomberg. Os procuradores argumentam que o líder do maior fabricante de smartphones do mundo financiou organizações associadas a Parker enquanto consolida o poder no grupo fundado pelo seu avô. 

Entre as acusações está o pagamento de 2,8 milhões de euros a uma fundação detida por Choi em troca de apoio por parte da Presidente sul-coreana à fusão entre um braço de produção electrónica da Samsung (a Samsung C&T) e uma das suas afiliadas, a Cheil Industries.

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