Miguel Guimarães foi eleito nesta quinta-feira bastonário da Ordem dos Médicos, com 73,75% dos votos, num cargo em que sucede a José Manuel Silva. O urologista de 54 anos era até agora presidente da Secção Regional do Norte deste organismo.

Num comunicado sobre o apuramento inicial dos resultados para o triénio 2017/2019, a candidatura de Miguel Guimarães considera que o "resultado constitui um estímulo acrescido para o projecto" apresentado pelo médico no programa com que concorreu a estas eleições e que assenta "num reforço da relação médico-doente, na valorização profissional dos médicos, na preservação da qualidade formativa dos internatos, na reorganização interna da Ordem dos Médicos e na participação activa desta instituição na definição das políticas públicas de saúde".

Além de Miguel Guimarães, na corrida para bastonário estavam também Álvaro Beleza, que ficou em segundo lugar com 13,20% dos votos, Jorge Torgal (6,24%) e João França Gouveia (3,83%). Mais de 50 mil médicos foram chamados a votar nas eleições.

Dos 50.680 médicos inscritos na Ordem dos Médicos, votaram  14.685 clínicos, o que representa uma participação de 29%, menos de um terço do total de médicos inscritos. Segundo fonte da organização, Miguel Guimarães venceu o sufrágio com 10.830 votos, o que dispensa uma segunda volta das eleições. 

Numa reacção aos resultados, Álvaro Beleza reconheceu que os votos não foram o que esperava, mas salientou que "um número muito significativo dos médicos portugueses votou nas eleições", o que é um sinal "inequívoco de mobilização da classe e de força da Ordem dos Médicos". Na nota, Álvaro Beleza diz também que partir de agora Miguel Guimarães será o seu bastonário e que se sente "representado pela sua intervenção".

De acordo com o seu antecessor, Miguel Guimarães terá como um dos principais desafios do seu mandato a manutenção da qualidade da formação médica. José Manuel Silva havia sublinhado no início desta semana que em Portugal o que há é falta de dinheiro para contratar mais profissionais e não falta de médicos, defendendo por isso a necessidade de regular o acesso aos cursos superiores de Medicina.

Para além da eleição do bastonário que representará a Ordem dos Médicos até 2019, as eleições serviram também a eleição de órgãos sociais da Assembleia de Representantes, os conselhos regionais do Norte, Centro e Sul e também os conselhos disciplinares e os fiscais.