Putin diz que autores do relatório sobre Trump são "piores do que prostitutas"

Presidente russo nega ligações perigosas entre Moscovo e Donald Trump. E diz que não há informações comprometedoras sobre o novo líder dos EUA.

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O Presidente russo, nesta terça-feira, falou pela primeira vez sobre o relatório das agências dos EUA Reuters/SPUTNIK

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que os serviços secretos de Moscovo não têm nenhuma informação comprometedora sobre o seu futuro homólogo americano, Donald Trump, ao contrário do que diz um relatório, redigido por um ex-espião inglês, Christopher Steele, do MI6, e que os serviços secretos americanos apresentaram há uma semana a Barack Obama e a Donald Trump. Putin refuta o conteúdo desse relatório, dizendo que as pessoas responsáveis pelo documento são "piores do que prostitutas". Para o FBI e CIA, no entanto, Steele é um ex-espião à prova de bala.

Não foi a única referência a prostitutas por Putin nesta terça-feira, dia em que recebeu no Kremlin o seu homólogo da República da Moldova. Na primeira vez em que abordou, em público, o polémico relatório de Steele, o líder russo negou também que Moscovo tenha em sua posse informações comprometedoras – a imprensa tablóide, sobretudo, deu grande destaque, na semana passada, à alegada existência de um vídeo em que Trump estaria a ter relações sexuais durante uma visita a Moscovo. Putin tentou gracejar dizendo que as prostitutas russas "são as melhores do mundo", mas o ponto que quis fazer é o de que não acredita que um homem "habituado a estar com mulheres bonitas" se tenha enredado numa teia desse género.

"É um homem que, durante anos, organizou concursos de beleza e que lidou com as mulheres mais bonitas do mundo", sublinhou Putin. "Acho difícil acreditar que [Trump] tenha vindo para algum hotel para estar com raparigas de moral duvidosa, embora as nossas sejam sem duvida as melhores do mundo", acrescentou o Presidente russo, puxando pelo orgulho nacional.

Sobre Trump, Putin garantiu ainda, segundo o jornal britânico The Guardian: "Não o conheço, nunca me encontrei com ele. Não sei o que ele fará no palco mundial. Por isso mesmo, não tenho razões nem para o criticar nem para o defender."

Já depois das eleições de 8 de Novembro nos EUA, que consagraram o republicano como o 45.º Presidente norte-americano, Putin tinha expressado publicamente a sua satisfação pelo facto de Trump ter dito que pretendia melhorar as relações EUA-Rússia. E insistiu em rejeitar a ideia de que o Presidente eleito dos EUA se tenha colocado nalguma situação comprometedora, numa viagem à capital russa, em 2013, a propósito de um concurso de Miss Universo.

Sobre o relatório de Steele e o respectivo autor, Putin classificou-o como um "impostor", que inventou "falsidades" num relatório que não é mais do que uma "luta política intensa para minar a legitimidade do Presidente eleito" dos EUA. "Quem está a fazer isto está a provocar enormes danos aos interesses nacionais norte-americanos", frisou ainda, segundo declarações citadas pelo Telegraph, em Londres.

Antes de Putin, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, acusou Steele de andar a negociar "informações absurdas". O ex-espião inglês está em parte incerta desde que a sua identidade foi revelada. 

Há duas semanas, as agências dos serviços secretos norte-americanos apresentaram a Barack Obama e a Donald Trump o relatório sobre a ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas. Soube-se depois que dos documentos fazia parte um anexo que incluía relatos não confirmados de que a Rússia possui também informações pessoais e financeiras comprometedoras sobre Trump.

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