Ajudas do Estado aos bancos já ultrapassam 14 mil milhões
Contas somam valores injectados na banca desde o início da crise financeira internacional. Impacto do BPN já soma 3200 milhões.
A cada ano, o Tribunal de Contas (TdC) faz o balanço do dinheiro que o Estado já gastou para salvar os bancos, em injecções de capital e empréstimos. O montante tem engordado nos últimos anos e, desde que estalou a crise financeira internacional, os fluxos das injecções públicas no sector financeiro já ultrapassam os 14 mil milhões de euros. Concretamente: 14343 milhões de euros de 2008 a 2015.
As contas foram feitas pelo TdC no parecer à Conta Geral do Estado, conhecido na tarde desta terça-feira. Só em 2015, que acabou com a intervenção pública no Banif a poucos dias do fim do ano, os fluxos líquidos contabilizados nas contas públicas pesaram 2526 milhões de euros. A medida de resolução do banco – pela capitalização da instituição e pela criação do veículo “mau”, a Oitante – “acarretou despesa pública no montante de 2255 milhões de euros em 2015, para além da garantia/contragarantia concedida a uma emissão de obrigações no valor de 746 milhões de euros”.
No ano anterior, com a resolução aplicada ao BES no Verão de 2014 e a criação do Novo Banco, o impacto nas contas foi de 3900 milhões.
O processo de nacionalização do BPN continua a reflectir-se. Sete anos depois, o saldo acumulado das receitas e despesas registadas no final de 2015 com a “nacionalização e reprivatização do BPN e da constituição e funcionamento das sociedades veículo Parups, Parvalorem e Parparticipadas ascendia a 3241 milhões de euros”, indica o Tribunal de Contas, presidida por Vítor Caldeira.