PCP lança campanha para preparar saída do euro

Comité Central decidiu fazer uma campanha, a começar em 2017, para discutir os efeitos do euro. O partido também quer uma renegociação da dívida pública.

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Miguel Manso

A partir de Janeiro, o PCP vai estar na estrada a fazer uma campanha para debater as consequências da moeda única e a defender uma "libertação da submissão ao euro", anunciou esta tarde Jerónimo de Sousa, no final da reunião do comité central do partido. A essa campanha junta-se uma exigência de renegociação da dívida e também o controlo do sistema financeiro.

Jerónimo de Sousa anunciou que o partido vai começar uma campanha "em torno da libertação da submissão ao euro", articulada "com a renegociação da dívida e o controlo público da banca", já a partir de Janeiro. A campanha vai durar seis meses, de Janeiro a Junho do próximo ano. Será "uma campanha visando ampliar o esclarecimento da insustentabilidade dos constrangimentos e imposições da União Europeia, e a mobilização de vários sectores da sociedade para a necessidade e possibilidade da libertação da submissão ao Euro, pela produção, o emprego e a soberania nacional", disse o secretário-geral do partido. Ainda não se sabe no que consistirá esta campanha, se inclui debates, propostas no Parlamento, conferências ou quaiquer outras iniciativas. O PCP diz que anunciará mais tarde.

A proposta vai no seguimento da ideia de que o partido considera que Portugal continua a sofrer "inaceitáveis pressões" da União Europeia e do FMI, que continuam a "questionar a nova fase da vida nacional e impor soluções responsáveis pelo rumo de empobrecimento que marcaram os últimos anos".

O PCP tem defendido que o país tem de estar "preparado" para uma saída do euro, mas não tem promovido iniciativas para a sua efectiva saída. Aliás, os comunistas não acompanharam a ideia do BE, que chegou a falar na necessidade de um referendo contra as imposições de Bruxelas. Nesse mesmo dia, no final de Junho, os comunistas estavam reunidos em Comité Central, e não acompanharam o BE, defendendo, isso sim, que era urgente a necessidade de Portugal se preparar e estar preparado para se libertar da submissão ao Euro de modo a garantir os direitos, o emprego, a produção, a soberania e a independência nacional", dizia na altura Jerónimo de Sousa. A campanha será o início dessa preparação defendido pelos comunistas.

No comunicado, Jerónimo de Sousa insistiu que deve haver uma "integração do Novo Banco" no Estado em vez de uma "entrega ao desbarato". "O papel determinante que o sector financeiro sob controlo público deve ser chamado a desempenhar numa política ao serviço do interesse nacional obriga a que, a par da afirmação da CGD como principal banco público, se opte pela integração do Novo Banco na esfera do controlo do Estado, recusando a sua entrega ao desbarato e com um imenso prejuízo para o erário público, como o vão indiciando as mais recentes notícias sobre o processo de alienação em curso", disse Jerónimo.

PCP quer mais medidas na Saúde

Os comunistas não querem que sejam conhecidos casos de caos nas urgências dos hospitais públicos e por isso pedem ao Governo medidas urgentes no sector da saúde, sobretudo por causa do pico da gripe. Jerónimo de Sousa considera que a possibilidade de se repetirem casos de caos nas urgências "é real" e por isso quer dois tipos de medidas: que em vez de contratação de médicos à tarefa, que se criem condições para as escalas médicas deste período e ainda que sejam aumentadas o número de camas para internamento. 

No plano das reivindicações, o PCP junta também a situação dos transportes públicos, pedindo um solução urgente por causa da saída de trabalhadores e pela pouca renovação das frotas".

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