Eduardo dos Santos indica ministro da Defesa como sucessor

João Lourenço deverá ser cabeça de lista do MPLA às próximas eleições, avança o Expresso.

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José Eduardo Santos é Presidente de Angola desde 1979 SIPHIWE SIBEKO/ Reuters

O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, apresentou pela primeira vez num documento escrito o nome do seu sucessor designado que será o cabeça de lista do MPLA às próximas eleições angolanas – o actual ministro da Defesa, João Lourenço, avança o Expresso.

Segundo o semanário, Eduardo dos Santos reafirmou na quarta-feira que deixará de ser Presidente, não se recandidatando às eleições do próximo ano e pondo fim a 37 anos como chefe de Estado angolano. O cabeça-de-lista do MPLA deverá ser o ministro João Lourenço, ex-secretário-geral do partido e antigo chefe da direcção política nacional das FAPLA, o antigo braço armado do MPLA.

General na reserva, formado em História na antiga União Soviética, João Lourenço tem 62 anos, já foi chefe da bancada parlamentar do MPLA no período em que exerceu funções como secretário-geral (de 1998 a 2003), passando depois a primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional angolana (de 2003 a 2014). Chegou ao Governo há dois anos, ao ser nomeado ministro da Defesa.

No último Verão tornou-se vice-presidente do MPLA, o partido no poder em Angola desde a independência. Quando nessa altura Eduardo dos Santos foi reeleito à frente do partido e foi aprovada a nova composição do Comité Central, o Novo Jornal referia que João Lourenço poderia vir a abandonar o cargo de ministro para ser vice-presidente no Governo.

A intenção de “abandonar e terminar” a vida política em 2018, o ano seguinte às eleições gerais, foi anunciada por José Eduardo dos Santos em Março durante uma reunião do comité central do MPLA. A sucessão, escreve ainda o Expresso, deverá ser abordada na reunião do comité central agendada para esta sexta-feira, depois de o Presidente ter ventilado entre a cúpula do MPLA que não voltaria a ser candidato em 2017.

Este ano, José Eduardo dos Santos fez já duas remodelações governamentais, a primeira em Março e uma última em Setembro, onde se destacou a mudança do ministro das Finanças – saiu Armando Manuel, substituindo-o Augusto Archer de Sousa Mangueira, então presidente da comissão do mercado de capitais.

Reestruturação da Sonangol

Angola atravessa uma crise económica, enfrentando dificuldades pela segunda vez no período de uma década por causa do baixo preço do petróleo, principal fonte de receitas do Estado angolano. Com a subida da inflação e com as dificuldades em arrecadar divisas e importar produtos, as dificuldades afectaram o desempenho económico do país em 2015 e este ano (o FMI prevê um crescimento nulo para 2016).

Segundo a Lusa, Eduardo dos Santos afirmou nesta sexta-feira no Comité Central que a estratégia do Governo “para saída da crise”, aumentando a produção nacional para diversificar as exportações e tornar a economia menos dependente do petróleo, “ganhou um novo fôlego”.

A “adequação do Banco Nacional de Angola e do sistema bancário nacional à legislação nacional e internacional” e o processo de reestruturação da petrolífera Sonangol, liderada desde Junho pela filha do Presidente, a empresária Isabel dos Santos, estão “no bom caminho”, afirmou ainda Eduardo dos Santos. Na véspera, a presidente da petrolífera confirmou que a empresa pública precisa de uma reestruturação financeira e de 1569 milhões de dólares (1476 milhões de euros) para fazer face às necessidades de pagamentos até final do ano. com Lusa

 

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