General James Mattis apontado para a pasta da Defesa nos EUA

Presidente eleito dos EUA já tinha indicado no Twitter que ponderava escolher o general reformado.

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James Mattis retirou-se na Primavera de 2013, depois de mais de quatro décadas ao serviço da Marinha Yuri Gripas/Reuters

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu o general reformado James Mattis para secretário da Defesa, um dos postos mais importantes da Administração norte-americana, avançou nesta quinta-feira à noite o Washington Post, citando "fontes próximas" do processo. O antigo general da Marinha chefiou o Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos entre 2010 e 2013, com responsabilidade sobre as tropas numa vasta área que inclui o Médio Oriente.

O anúncio oficial é esperado para a próxima semana, adiantou a estação televisiva CNN, que também deu a notícia. Mas o porta-voz de Donald Trump, Jason Miller, negou na rede social Twitter que a escolha já esteja definida. "Ainda não foi tomada uma decisão relativamente ao secretário da Defesa", frisou.

Para aceitar o cargo, James Mattis, 66 anos, precisa de autorização prévia do Congresso, porque a legislação proíbe que os secretários da Defesa tenham estado ao serviço das Forças Armadas nos sete anos anteriores à nomeação. O Congresso dos EUA abriu uma excepção apenas uma vez na história, quando o general George C. Marshall foi designado para o cargo em 1950, explica o Washington Post.

A escolha do general reformado, a confirmar-se, não é propriamente uma surpresa. Donald Trump já tinha adiantado de forma informal, em 20 de Novembro passado, que estava a ponderar escolher Mattis para a pasta da Defesa. A hipótese foi avançada através da sua conta oficial no Twitter: "O general James 'Mad Dog' Mattis, que está a ser considerado para secretário da Defesa, foi muito impressionante ontem [19 de Novembro]. Um verdadeiro general dos generais!", lia-se no post publicado um dia depois dos dois se terem reunido.

Um dos mais influentes líderes militares da sua geração, James Mattis retirou-se na Primavera de 2013, depois de mais de quatro décadas ao serviço da Marinha dos EUA. Entre outras funções, foi comandante das primeiras forças de infantaria da Marinha que invadiram o Afeganistão em 2001 e da primeira divisão da infantaria da Marinha durante a incursão no Iraque em 2003.

A CNN destaca que ele liderou o assalto a Falluja, no Iraque, em 2004, um dos mais sangrentos. No ano seguinte, num painel de discussão sobre os Taliban, Mattis terá comentado que era “divertido disparar sobre pessoas”, desencadeando controvérsia.  Conhecido pelas suas frases incendiárias, que lhe valeram as alcunhas "Mad Dog", "Chaos" e "Warrior Monk", o general, que foi nomeado por Barack Obama comandante do Comando Central dos EUA em 2010, acabou por sair três anos depois por diferenças irreconciliáveis com o ainda Presidente norte-americano. Mattis queria continuar com todas as armas apontadas ao Irão enquanto Obama estava sentado à mesa de negociações para um acordo sobre o programa nuclear.

Em Novembro, depois de se reunir com Mattis, Donald Trump, que é apoiante do uso de waterboarding (afogamento simulado)um método de tortura, disse ter mudado de opinião sobre o assunto. O militar ter-lhe-á explicado, como contou Trump ao New York Times, que preferia que lhe dessem “um maço de cigarros e um par de cervejas" porque que se “safava melhor com isso do que com tortura”.

 

 

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