Economia surpreende e acelera para melhor resultado dos últimos três anos
PIB cresceu 0,8% durante o terceiro trimestre, impulsionado pelas exportações. Variação homóloga passa dos 0,9% da primeira metade do ano para 1,6% no terceiro trimestre.
A economia portuguesa registou durante o terceiro trimestre deste ano um crescimento de 0,8% face aos três meses imedidatamente anteriores, colocando a taxa de variação homóloga do PIB em 1,6%, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este resultado representa uma aceleração significativa face ao crescimento de 0,3% registado no segundo trimestre do ano e à variação homóloga de 0,9% que a economia conseguiu durante a primeira metade deste ano. É necessário recuar até ao último trimestre de 2013 para encontrar uma taxa de crescimento em cadeia mais forte em Portugal. O crescimento homólogo de 1,6% é também o mais elevado desde o segundo trimestre de 2015 com 1,7%.
A aceleração agora conseguida representa uma surpresa se se levar em conta aquilo que eram as expectativas da generalidade dos analistas para o terceiro trimestre. Na segunda-feira, um grupo de analistas consultado pela Lusa apontava, em média, para um crescimento em cadeia de 0,3% e uma subida do crescimento homólogo para 1,1%.
Na estimativa rápida apresentada esta terça-feira, o INE não divulga ainda dados para as várias componentes do PIB. Ainda assim sinaliza que a subida da variação do PIB em cadeia se deve ao "forte aumento das exportações de bens e serviços, enquanto a procura interna registou um contributo negativo".
O desempenho mais forte da economia portuguesa ocorre num período em que, no resto da zona euro, o cenário foi de estabilização. Portugal foi mesmo a economia da zona euro que mais cresceu durante o terceiro trimestre (os 0,8% comparam com 0,3% de média na zona euro). Em termos homólogos, Portugal regista agora uma taxa de variação idêntica à da zona euro.
O Governo aponta neste momento para um crescimento de 1,2% durante a totalidade do ano, depois de no mês passado ter decidido rever em baixa a sua projecção inicial de 1,8%. Outras instituições, como a Comissão Europeia ou o Fundo Monetário Internacional têm previsões mais pessimistas, com projecções de 0,9% e 1%, respectivamente.
Numa reacção imediata aos resultados publicados pelo INE, o Governo defendeu, através de um comunicado do Ministério das Finanças, que os novos números vão forçar outras instituições a rever em alta as suas previsões para a economia portuguesa. A equipa liderada por Mário Centeno defende ainda que os números do terceiro trimestre revelam uma continuação da tendência de aceleração da economia registada desde o início do ano e que é o resultado das políticas aplicadas pelo Governo.