Priebus, o conciliador que terá as chaves da Casa Branca

Líder do Partido Republicano não deixou cair apoio ao candidato, mesmo nos piores momentos da campanha. Agora, para alívio da elite partidária, é o escolhido para chefe de gabinete.

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Na noite da vitória, Trump chamou Priebus para o seu lado no palco Mark Wilson/Getty Images/AFP

Experiente, conciliador e um dos raros “insiders” da política de Washington que se manteve firme ao lado de Donald Trump, mesmo quando, a semanas das eleições, todo o Partido Republicano parecia disposto a abandoná-lo. Agora, aos 44 anos, Reince Priebus foi recompensado com um dos cargos mais influentes da Administração, o de chefe de gabinete do próximo Presidente norte-americano – e a elite republicana não podia estar mais aliviada.

Advogado de formação é, desde 2011 presidente do Comité Nacional Republicano, a cúpula federal do partido, cujos recursos (financeiros e humanos) mobilizou para apoiar a pequena estrutura com que Trump, desde sempre um one man show, se apresentou às presidenciais. O milionário não seria o seu candidato preferido, mas quando se tornou claro que iria vencer as primárias desdobrou-se em apelos para convencer as várias facções a unirem-se em torno dele, chegando mesmo a sugerir sanções para quem não o fizesse, recorda o jornal Guardian.

Um equilíbrio difícil, tanto mais que Priebus não terá ninguém em Washington mais próximo do que Paul Ryan, o speaker da Câmara dos Representantes, que foi o principal crítico de Trump dentro do partido e um dos alvos da fúria dos seus apoiantes. Ambos do Wisconsin, são amigos há mais de 20 anos e formam, com o actual governador Scott Walker, o trio de jovens republicanos que em 2010 lideraram a campanha que levou os republicanos a conquistar o poder no estado, até então em poder dos democratas – uma vitória que os catapultou para o primeiro plano da política nacional, escrevia em 2011 o Washington Post.

O site Politico afirma que nesta campanha efectuou um "dos grandes actos de equilibrismo na história política recente", conseguindo manter intactas as boas relações com os nomes sonantes de Washington, ao mesmo tempo que cruzava o país ao lado de Trump, ajudando-o na preparação para os debates com Hillary Clinton e aconselhando-o a moderar a retórica incendiária preferida pelos seus assessores. Logo na noite da vitória, Trump chamou-o para o seu lado no palco e elogiou-o como a nenhum outro.

A sua nomeação para chefe de gabinete, antecipa a Reuters, arrisca-se enfurecer a ala mais radical dos apoiantes do Presidente eleito, que na sua agenda traz a promessa de “secar o pântano” da política de intrigas e favores que reina em Washington. A imprensa americana diz que Stephen Bannon, o controverso chefe da campanha de Trump, ambicionava o lugar e terá sido uma das hipóteses postas em cima da mesa por Trump, num cenário de pesadelo para Ryan e os correligionários. Mas o Presidente eleito optou por uma figura de consenso para seu braço-direito, garantindo uma via aberta para o entendimento com o Congresso, onde se sentam muitos dos que nos últimos meses o criticaram e de cujo voto precisa agora para fazer passar a sua agenda política.

 

 

 

 

 

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