Orbán vai intensificar luta contra refugiados e imigrantes em Bruxelas

Primeiro-ministro húngaro espera uma decisão da justiça europeia sobre o plano de recolocação de refugiados, que recusa aceitar.

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Viktor Orbán Reuters

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse esta sexta-feira que não abandona a sua luta contra o plano europeu de recolocação de refugiados na Hungria, apesar de não ter conseguido alterar a Constituição para fechar de vez a porta a essa possibilidade. Disse que, agora, vai intensificar a sua luta junto das instituições europeias.

"O teatro de batalha é em Bruxelas. Em casa, fizemos tudo o que podíamos. A nossa consciência está tranquila", disse na rádio pública, comprometendo-se a, "nas próximas semanas, nos próximos meses, continuar o combate para travar a imigração".

O seu projecto de alteração constitucional foi chumbado esta semana no Parlamento (por dois votos). Os 24 deputados do partido de extrema-direita Jobbik boicotaram a votação, assim como os 38 dos partidos de esquerda. Os 131 votos do Fidesz (que perdeu a maioria) de Orbán não bastaram. O Jobbik é um aliado natural do Governo na política anti-imigração, mas fez depender o seu voto do fim dos chamados visto-dourados que Orbán garantiu aos grandes investidores de fora da Europa. O primeiro-ministro não cedeu, o Jobbik votou contra a emenda constitucional, apesar de ser contra a decisão da União Europeia.

Há um ano Viktor Orbán apresentou um recurso na justiça europeia contra o plano de divisão de 160 mil refugiados, adoptado em Bruxelas em Setembro de 2015. À Hungria calhou acolher 2300 pessoas, mas o primeiro-ministro recusou cumprir a decisão.

Na sua virulenta campanha anti-refugiados e anti-imigrantes, Orbán perdeu já em duas frentes: na votação da emenda constitucional e no referendo que realizou sobre a questão. Nem uma decisão nem outra alteraram a sua posição: continua a não aceitar a entrada de refugiados no país.

 

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