Marcelo aconselha paciência e imaginação para paz na Colômbia

Presidente da República optimista sobre processo de paz na Colômbia depois de encontro com o homólogo Juan Manuel Santos

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AFP/RAUL ARBOLEDA

Marcelo Rebelo de Sousa iniciou a visita oficial à Colômbia com uma mensagem de esperança. "Tem de se ser optimista quando se está num processo destes. Mal seria se fosse pessimista", comentava o Presidente português para o embaixador na Colômbia enquanto percorria as ruas de Cartagena das Índias, depois do encontro com o Presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

O encontro entre os dois Presidentes foi um dos muitos encontros que Santos teve ao longo do dia e que antecedem o jantar que marca o início da XXV Cimeira Ibero-Americana. Antes de Marcelo, o Presidente colombiano recebeu Felipe VI de Espanha.

As conversas têm, naturalmente, o processo de paz como tema central. E à saída, em declarações aos jornalistas, o Presidente manifestou o apoio de Portugal não só ao processo de paz como também à entrada da Colômbia na OCDE. Mais um sinal de reforço das relações entre os dois países que têm tido grande crescimento no plano económico.

Marcelo também anunciou que convidou o Presidente colombiano e Prémio Nobel da Paz  a visitar Portugal.

"O encontro correu muito, muito bem", vincou Marcelo, falando "em relações excepcionais bilaterais" com a Colômbia e salientando o conhecimento que Santos mostra das relações comerciais com Portugal.

Quanto ao processo de paz, que entrou num impasse depois de o acordo com as FARC ter sido rejeitado em referendo, Marcelo tem esperança que chegue a bom porto.

"Não só é possível como desejável. Para isso é que existe, por um lado, a política, por outro a diplomacia, a paciência, a imaginação. E tudo isso somado, da parte de todos os envolvidos, é possível chegar a bom porto", afirmou o Presidente que, notoriamente, gostaria de comentar o assunto como professor de Direito.

A cimeira, afirmou Marcelo, também vai servir para "com vozes diferentes e experiências diferentes, todos contribuírem para mostrar o apoio a um processo de paz que é fundamental para a Colômbia, mas também para a região e para o mundo".

Do programa inicial do Presidente fazia parte um passeio pelo centro de Cartagena que acabou por ser cancelado. Mas, enquanto seguia pelas ruas, entre o palácio onde decorreu o encontro com Santos e o restaurante onde ia comer, Marcelo acabou por dizer que tinha andado a passear "às tantas da manhã". Foi hora e meia de passeio "óptimo, porque não havia gente", e sem compras porque se esqueceu do dinheiro no hotel.

Este sábado, o Presidente e o primeiro-ministro, que só chegaria ao fim da tarde a Cartagena (já madrugada em Lisboa) participam na Cimeira Ibero-Americana, dando um conferência de imprensa conjunta no final. Depois seguem para Brasilia, onde tem lugar a cimeira da CPLP e a cimeira Portugal-Brasil

Falar sobre CGD? Só em Portugal

Mais uma vez, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre as polémicas que envolvem a Caixa Geral de Depósitos. E, mais uma vez, recusou comentar o assunto no estrangeiro.

"Se for caso disso, quando chegar a Portugal, logo veremos se faz sentido dizer o que quer que seja", disse o Presidente, quando questionado sobre a recusa do presidente da Caixa em entregar a declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional. 

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